SBPC inicia 75ª Reunião Anual neste domingo (23)

Comunidade científica elegeu democracia como tema de Congresso e alerta para retrocessos na Ciência. Congresso vai até o próximo sábado (29) e aguarda 20 mil pessoas na UFPR

Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) inicia, neste domingo (23), sua 75ª reunião anual. O evento que irá até o próximo sábado (29) será sediado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, e terá como tema a frase: “Ciência e democracia para um Brasil justo e desenvolvido”.

“Nosso foco será mobilizar forças e inteligências para reconstruir um país combalido e restabelecer a confiança no conhecimento e nos valores democráticos, tão vilipendiados nos últimos anos”, disse o presidente da entidade, Renato Janine Ribeiro.

Na programação, estão mais de 90 conferências e palestras, com temas diversos como mudanças climáticas, nanotecnologia, inteligência artificial e uso de energias renováveis. A expectativa é que mais de 20 mil pessoas passem pelo campus Centro Politécnico da UFPR nesta próxima semana.

Em entrevista concedida nesta sexta (29), o ex-ministro da Educação ainda disse que é fundamental que o governo mantenha diálogo com a comunidade científica e alertou para retrocessos na Ciência. “Temos uma Constituição que garante a verba para saúde e educação para todos e a proteção dos povos indígenas, mas nada disso foi o suficiente para o antigo governo que desrespeitou todos esses valores. Por isso é preciso ter um espírito democrático forte para que estes sejam valores realmente consagrados na sociedade, não serem algo apenas de política de governo”, disse

O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ricardo Marcelo Fonseca comemorou a recomposição do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), mas salientou que a comunidade científica precisa ficar sempre atenta a retrocessos.

“Quando falamos de produção de conhecimento, mais de 90% da ciência brasileira é feita nas universidades públicas, e estas sofreram um corte de 50% do seu orçamento de 2015 a 2022. Sem a recomposição orçamentária em 2023 era provável que chegássemos agora ao meio do ano com as universidades quebradas”, afirmou Fonseca.

“Temos uma Constituição que garante a verba para saúde e educação para todos e a proteção dos povos indígenas, mas nada disso foi o suficiente para o antigo governo que desrespeitou todos esses valores. Por isso é preciso ter um espírito democrático forte para que estes sejam valores realmente consagrados na sociedade, não serem algo apenas de política de governo”, disse.

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