Amazônia deve alcançar PIB de R$ 40 bi/ano com bioeconomia
O PIB atual com a exploração sustentável dos produtos e serviços florestais já alcança R$ 12 bilhões e pode chegar a R$ 38,6 bilhões em 2050, gerando 833 mil empregos
Publicado 17/07/2023 17:20 | Editado 17/07/2023 18:26
A geração de negócios a partir do uso sustentável dos produtos e serviços florestais na Amazônia, a chamada bioeconomia, já representa uma PIB de R$ 12 bilhões atualmente. Caso haja mais investimento, o potencial é chegar a R$ 38,6 bilhões em 2050, gerando 833 mil novos empregos.
Com base nos resultados dos modelos tecnológicos de grupos de pesquisa no país, o relatório do WRI Brasil, divulgado pelo Valor, revelou que os novos investimentos poderão somar R$ 40 bilhões anuais ao PIB da Amazônia a partir de 2050.
Além disso, todo ano seriam gerados mais 312 mil empregos adicionais, além de mais 81 milhões de hectares de florestas e 19% de estoque de carbono.
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“As próximas décadas serão toleradas para a região lidar com a transição para o baixo carbono, distanciar-se do ponto de degradação irreversível da floresta e reduzir as desigualdades”, diz Fernanda Boscaini, diretora executiva do WRI Brasil.
Rafael Barbieri, economista do WRI Brasil e integrante do projeto “Nova Economia da Amazônia”, diz que a atividade ganha espaço crescente e se apresenta como o de maior potencial no sentido da diversificação econômica com protagonismo na inclusão social e transição justa da região para o baixo carbono.
De acordo com ele, os cálculos têm o objetivo de orientar o desenvolvimento da região com mitigação climática, incluindo desmatamento zero, restauração florestal e aperfeiçoamento da agropecuária e da matriz energética à produção de baixa emissão de carbono.
“Para atingir metas climáticas, é fundamental conhecer e planejar o território, e o Brasil já tem o arcabouço jurídico necessário; precisa colocar em prática para trazer segurança aos investimentos”, afirma Eugênio Pantoja, diretor de políticas públicas e desenvolvimento territorial do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
Inédito
O relatório traz uma informação inédita: a região amazônica importa mais do que exporta e 83% da “demanda por produtos com desmatamento incorporado vêm do restante do Brasil e do exterior.”
“De acordo com o levantamento, com desmatamento zero, restauração de 24 milhões de hectares de florestas e aumento da matriz fotovoltaica, será possível reduzir em 94% as emissões líquidas de carbono da região. A agropecuária se beneficiará com maior produtividade da terra e menores riscos de estresse hídrico”, revelou o estudo.