Ministra visita Terreiro do Gantois e Igreja e Convento de São Francisco
“Somos um espaço museal, patrimonial, lugar de memória, onde as nossas conquistas são fruto de nossa luta contra o racismo”, explicou Mãe Ângela Ferreira, Iyá Kekeré do Gantois
Publicado 16/07/2023 13:00 | Editado 16/07/2023 11:26
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, visitou neste sábado (15), em Salvador (BA), dois bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e de grande importância religiosa e cultural para o Brasil: o Terreiro do Gantois e a Igreja e Convento de São Francisco.
No espaço fundado em 1849 por um casal de escravos, símbolo da cultura e das tradições religiosas afro-brasileiras, sobretudo do candomblé, Margareth falou sobre racismo. “A gente não pode abrir mão das nossas certezas. É a partir daí que conquistaremos novos momentos nessa luta”, disse.
Acompanhada de equipe, a ministra esteve no Memorial Mãe Menininha do Gantois. O espaço reúne mais de 500 peças sobre a importante liderança religiosa, que morreu em 1986. Foi recepcionada por Mãe Carmen de Oxaguian, filha de Mãe Menininha e atual Iyalorixá da casa.
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“Somos um espaço museal, patrimonial, lugar de memória, onde as nossas conquistas são fruto de nossa luta contra o racismo”, explicou Mãe Ângela Ferreira, Iyá Kekeré do Gantois, a respeito do terreiro tombado pelo Iphan em 2002.
Participaram da visita o superintendente estadual do Iphan, Hermano Guanais; a professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e servidora do Iphan Márcia Santana; e o antropólogo e presidente da Academia Baiana de Letras, Ordep Serra.
Azulejos portugueses
Também neste sábado, na capital baiana, Margareth visitou a Igreja e Convento de São Francisco, onde conferiu a restauração do conjunto de painéis de azulejaria portuguesa.
Foram realizados serviços para conter a degradação causada pela ação de intempéries e de agentes físicos, químicos e biológicos. A obra gerou cerca de 30 empregos.
A Igreja e Convento de São Francisco foram tombados pelo Iphan em 1938 e eleitos uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. O local também é modelo expressivo do barroco brasileiro.
A recuperação do conjunto de 37 painéis do claustro da Igreja, o mais relevante entre os revestimentos de azulejos do século 18 no Brasil, foi feita pelo Iphan com recursos do Fundo de Direitos Difusos (FDD).
“Uma das missões do Iphan é a restauração de bens tombados. Essa recuperação tem caráter exemplar porque foram acessados recursos do FDD, fundo criado para salvaguardar e preservar direitos difusos de natureza ampla”, contou o superintendente do Iphan na Bahia, Hermano Guanais.
Fonte: Assessoria do MinC