Indicações do Governo tomaram posse no Banco Central, nesta quarta (12)
Gabriel Galípolo e Aílton de Aquino participarão da próxima reunião do Copom. A expectativa é que Galípolo seja indicado por Lula após o fim do mandato de Campos Neto
Publicado 12/07/2023 13:55 | Editado 12/07/2023 16:03
Indicados pelo governo federal, tomaram posse nesta quarta (12) no Banco Central os economistas Gabriel Galípolo e Aílton de Aquino Santos. Os dois participarão da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 1 e 2 de agosto.
Galípolo e Aquino assinaram os termos de posse nesta manhã e assumem a Diretoria de Política Monetária e a Diretoria de Fiscalização, respectivamente. Os economistas foram aprovados pelo Senado na última terça (4).
Os dois irão compor o Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa básica de juros do país (Selic). A Diretoria Colegiada do Banco Central é composta pelo presidente e mais oito diretores.
De acordo com a lei que estabeleceu a autonomia do Banco Central, os mandatos são fixos e têm duração de quatro anos, podendo ser renovados por apenas uma vez. No caso de Galípolo e Aquino, os mandatos vão até 2027, podendo chegar a 2031.
A expectativa para a próxima reunião do Copom é que o Banco Central sinalize um novo ciclo de queda da Selic, a taxa básica de juros. É esperado uma redução de 0,25 ou 0,5 ponto percentual.
Hoje a taxa está em 13,75%, nível que sufoca o investimento e o crédito, impedindo o crescimento econômico. O governo vem criticando a política monetária do Banco Central, liderado pelo seu presidente, Roberto Campos Neto.
Os resultados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) para a inflação de junho registraram deflação de 0,08%.
Galípolo era secretário-executivo do Ministério da Fazenda, segundo nome da pasta, abaixo somente do ministro Haddad. Ex-secretário de Economia e de Transportes do governo estadual de São Paulo, o novo diretor de Política Monetária também trabalhou na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no Centro Brasileiro de Relações Internacionais e no Banco Fator.
A expectativa é que Galípolo seja a indicação do ministro da Fazenda para a presidência do Banco Central, após o fim do mandato de Campos Neto, em 2005.
Já Ailton Aquino Santos é Servidor de carreira do BC desde 1998, e passou por diversos departamentos dentro da instituição, onde chegou a ser auditor-chefe. Tradicionalmente, a Diretoria de Fiscalização é concedida a um servidor do quadro do órgão.
Na sabatina, Galípolo afirmou que o mercado “já projeta” cortes nos juros e, sem mencionar o presidente do BC, Roberto Campos Netto, o sabatinado defendeu que a política monetária esteja a serviço da agenda econômica e não de um economista específico.
“Não cabe a nenhum economista, por mais excelência que ele tenha, impor o que ele entende ser o destino da econômico do país à revelia da vontade democrática e de seus representantes eleitos.”, disse.
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