ONU registra 27 mil violações contra crianças em 2022

Maioria ocorreu em regiões de conflitos; grupos terroristas e forças de governos são principais atores de violência, afirma representante

Menino corre por prédios danificados por bombardeios durante conflito na cidade de Sirte, na Líbia | Foto:Unicef/Giovanni Diffidenti

Na última quarta-feira (5), a representante especial da secretária-geral da ONU para Crianças e Conflitos Armados, Virginia Gamba, apresentou no Conselho de Segurança dados alarmantes sobre a violência contra crianças. Segundo ela, mais de 27 mil casos de fiscalização foram verificados pela ONU no último ano.

O relatório abrange 26 situações em cinco regiões do mundo, incluindo países como a Etiópia, Moçambique e Ucrânia, que estão sendo avaliados pela primeira vez. Detalhes sobre Haiti e Níger devem ser incluídos na próxima edição do relatório.

Os números revelam que mais de 18 mil crianças protegeram sepulturas em 2022. Entre elas, 8,6 mil foram mortas ou mutiladas, 7,6 mil foram recrutadas e usadas em combate, e 3,9 mil foram sequestradas.

Um representante da ONU afirmou que metade dos casos é cometida por terroristas, mas uma grande parte é causada por forças armadas e de segurança do governo. Além disso, mais de 1 milhão de crianças, principalmente meninas, foram vítimas de violência sexual, estupro, casamento forçado, escravidão sexual e agressões sexuais. Alguns desses casos levaram as vítimas à morte.

Outra preocupação apresentada no relatório é o ataque a instituições civis, como escolas e hospitais. Mais de 1,1 mil escolas e quase 650 hospitais foram atacados em 2022, representando um aumento de 112% em relação ao ano anterior. Alarmantemente, metade desses ataques partiram de forças governamentais.

A dificuldade de acesso humanitário para apoiar as crianças também foi mencionada. A ONU registrou mais de 3,9 mil pedidos negados de acesso humanitário no último ano. Conflitos prolongados foram apontados como um fator que contribui para o aumento de violações graves.

Embora o Sudão não esteja no relatório, o Unicef ​​expressou preocupação com o impacto da violência nas 21 milhões de crianças do país. Mais de um milhão de menores foram deslocados por combates e relatos de centenas de crianças mortas e feridas estão sendo verificados.

O Unicef ​​lamentou a falta de progresso do Conselho de Segurança em adotar como elaborar o relatório do secretário-geral. Conforme o número de países na agenda de crianças e conflitos armados cresce, aumenta também o número de jovens que passaram de proteção e apoio. Nos últimos 23 anos, o trabalho da ONU e seus parceiros contribuíram para a libertação de pelo menos 180 mil menores de grupos armados.

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com informações da Onu News
Edição: Bárbara Luz

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