Meta lança o Threads e coloca Twitter de Elon Musk em xeque

A batalha entre Mark Zuckerberg e Elon Musk pelo domínio das redes sociais ganha novo capítulo com o lançamento do Threads plataforma similar ao Twitter, lançada pela Meta. Com mais de 10 milhões de usuários em apenas sete horas, o Threads surge como concorrente direto do Twitter, buscando atrair os usuários insatisfeitos com as mudanças incorporadas por Musk na plataforma do passarinho azul.

O anúncio foi feito por Zuckerberg, CEO e co-fundador da Meta, que controla já Facebook, Instagram e WhatsApp, na noite desta quarta-feira (5). “Vamos a isso. Bem-vindo ao Threads”, escreveu Zuckerberg em sua primeira publicação na rede. Pouco depois, ele anunciou que “10 milhões de pessoas se inscreveram em sete horas”.

A difusão do Threads acontece em meio a várias controvérsias envolvendo o Twitter. Desde que Elon Musk assumiu o controle da plataforma suas decisões sobre o uso da rede social têm gerado insatisfação entre os internautas Recentemente, Musk implementou mudanças que desagradaram os usuários da rede, como a imposição de limites diários na visualização de posts, com variações de acordo com o tipo de conta, além de restringir o acesso ao TweetDeck apenas para contas verificadas. Em resposta a essas alterações, a Meta lançou o aplicativo Threads como uma alternativa para quem procura uma experiência semelhante.

Operando como uma plataforma de microblogging, o Threads compete diretamente com o Twitter. Os usuários com uma conta do Instagram podem ingressar facilmente na nova rede social usando o mesmo nome de usuário e senha, bem como seguir as mesmas contas. Isso facilita a transição para os mais de 2 bilhões de usuários ativos do Instagram.

“Vai levar algum tempo, mas acho que deveria haver um aplicativo de conversas públicas com mais de 1 bilhão de pessoas. O Twitter teve a oportunidade de fazer isso, mas não conseguiu. Espero que nós consigamos” disse o CEO da Meta ao responder um internauta que perguntou se alguém acreditava que o Threads se tornaria maior que o Twitter. Comprado por US$ 44 bilhões em 2022 por Elon Musk, o Twitter opera desde 2017 e tem cerca de 200 milhões de usuários ativos atualmente.

A chegada da nova rede ocorre após meses de conflitos públicos entre Zuckerberg e Musk, incluindo ameaças de lutar na vida real em uma competição de artes marciais mistas em Las Vegas. Agora, a expectativa é que, com o lançamento e a muito provável consolidação da nova rede social, essa rivalidade aumente ainda mais, visto que todo o aparato publicitário integrado à nova plataforma, o que pode desviar dólares de publicidade do Twitter, que não vive seu melhor momento e tem atravessado problemas financeiros.

Como funciona

Anunciada como um espaço de “atualizações em tempo real e conversas públicas”, a nova rede se parece muito com plataformas como Twitter, Bluesky e Mastodon mas com um “plus”: ela suporta posts com até 500 caracteres, além de links, fotos e vídeos de até 5 minutos. Também é possível curtir, comentar e compartilhar o que outras pessoas publicaram.

Uma diferença para o Twitter é que o Threads não possui os “Trending Topics”, os famoso TT’s, que mostra assuntos mais comentados na rede. No entanto, há projetos para incluir esse recurso no futuro.

No Threads, os usuários têm controle sobre quem pode responder a suas postagens, podendo escolher entre todos os usuários, apenas aqueles que estão seguindo ou apenas as contas mencionadas. A plataforma também oferece recursos de segurança, como filtros para ocultar termos específicos nos comentários. Além disso, os usuários bloqueados no Instagram também são bloqueados no novo aplicativo.

O aplicativo está disponível para download em mais de 100 países. É possível baixá-lo na App Store (da Apple) e no Google Play (Android). O Brasil está entre os países com acesso ao novo aplicativo. A Meta, no entanto, não especificou a lista de localidades nas quais ele foi liberado.

Lançamento ocorre após mudanças no Twitter

O lançamento do Threads ocorre após Elon Musk anunciar mudanças que estabelecem limites temporários para a leitura de posts. Usuários não verificados agora têm permissão para ler no máximo 1.000 tuítes por dia. Para ler até 10.000 postagens diariamente, o limite máximo definido pela empresa, é preciso ter contas verificadas por sua relevância ou por assinar o Twitter Blue, versão paga da rede social que custa R$ 42 por mês.

Segundo Matt Navarra, consultor de mídia social que já trabalhou com a Meta, o Google e o Pinterest, o momento é oportuno para a Meta desferir um golpe, já que meses de tomadas de decisões caóticas de Musk têm agitado o Twitter.

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com informações de agências