Biden anuncia violador dos Direitos Humanos para Comissão Diplomática
Mais: Pesquisa aponta candidata comunista em terceiro na Espanha / Prigozhin de volta à Rússia / Sobre os protestos na França, entre outras notas.
Publicado 06/07/2023 19:44 | Editado 09/07/2023 10:07
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou, nesta segunda-feira (3) que irá nomear Elliott Abrams para a Comissão Consultiva de Diplomacia Pública dos Estados Unidos. O nome de “Diplomacia Pública” é um eufemismo que designa o trabalho de propaganda dos EUA dirigido a fomentar a subversão em países que não sigam as ordens de Washington. Abrams, que atuou no governo do presidente Donald Trump, tem uma longa ficha como golpista e arrivista. Nos anos 1980 e 1990 do século passado trabalhou ativamente fornecendo financiamento e abastecendo esquadrões da morte em El Salvador e na Nicarágua. Abrams foi o agente principal no acobertamento dos perpetradores do massacre de El Mozote, em El Salvador, que resultou na morte de 800 pessoas de forma brutal, incluindo o estupro de crianças e vários assassinatos bárbaros de dissidentes, incluindo um em que um homem foi repetidamente sodomizado com uma vara e teve sua cabeça serrada. Como o próprio Abrams declarou abertamente, o “objetivo” da ajuda militar que ele estava facilitando era “permitir que as pessoas que lutam ao nosso lado usem mais violência”. Abrams participou ainda do Golpe de Estado contra o então presidente venezuelano Hugo Chávez em 2002 entre outros “feitos”. Em 1991 foi condenado pelo Congresso americano por reter informações sobre o caso Irã-Contras, o que lhe rendeu duas acusações de contravenção, dois anos de liberdade condicional e 100 horas de serviço comunitário – embora seus crimes tenham sido posteriormente perdoados pelo presidente George W. Bush. O jornalista estadunidense Branko Marcetic qualifica Abrams como criminoso de guerra. “Elliott Abrams é um dos piores violadores vivos dos direitos humanos da América. O fato de o governo Biden o indicar para algo que não seja uma sentença de prisão é desconcertante”. Segundo Branko, Elliot Abrams se vê como um contrarrevolucionário vitalício dedicado a se opor à esquerda por qualquer meio e “o fato de que, com toda essa ficha criminal, Abrams acabou nomeado por um presidente democrata para uma posição que o coloca a trinta metros da política externa dos EUA é uma vergonha. E fará com que um mundo que olha com mais ceticismo do que nunca para a retórica dos EUA em torno da democracia e dos direitos humanos seja ainda menos propenso a engoli-la”.
Pesquisa aponta candidata comunista em terceiro lugar na Espanha
A macro pesquisa do Centro de Pesquisas Sociológicas (CPS), divulgada nesta quarta-feira (5), traça um cenário de empate técnico para as eleições gerais de 23 de julho na Espanha, com o oposicionista Partido Popular (PP – direita) pouco à frente do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE – centro-esquerda) do atual primeiro-ministro Pedro Sánchez. Na terceira posição está o Movimento Sumar, que tem como candidata à presidenta do governo (primeira-ministra) Yolanda Díaz, militante do Partido Comunista da Espanha e Ministra do Trabalho. Em quarto está o Vox, de extrema-direita. Especificamente, a pesquisa dá ao PP uma votação estimada de 31,4% (122 a 140 cadeiras), contra 31,2% do PSOE, que teria entre 115 e 135 deputados. O Sumar teria 16,4% e entre 43 e 50 cadeiras, enquanto o Vox cai para o quarto lugar com 10,6%, o que elegeria entre 21 e 29 deputados, bem abaixo dos 52 que conquistou há quatro anos. Embora o PP esteja liderando, o levantamento aponta que a soma dos votos da centro-esquerda e da esquerda está mais próxima de formar a maioria necessária para a instalação do governo. O porta-voz de Sumar, Ernets Urtasun, garantiu que os dados indicam que o Sumar é o “voto decisivo” para a esquerda e que o público está “recompensando” sua linha de campanha com base em propostas. O dirigente observou que os dados da pesquisa são “positivos” para o Sumar. Também destacou que a Ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, se posiciona como a política mais valorizada e que sua percepção como “presidenciável” aumenta entre os cidadãos. A pesquisa fez mais de 29.200 entrevistas telefônicas realizadas durante 20 dias em junho passado. Fonte: Mundo Obrero.
Lukashenko diz que Prigozhin está de volta à Rússia
A agência Reuters reportou que o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (6), declarou que o líder do grupo Wagner, da Rússia, não está mais em Belarus e que não está claro se seus combatentes irão para o país. Lukashenko disse em 27 de junho que Yevgeny Prigozhin havia chegado à Bielorrússia como parte do acordo que desarmou a crise. Segundo Lukashengo, Prigozhin está agora em São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, ou pode ter se mudado para Moscou. “Ele não está no território da Bielorrússia“, garantiu, acrescentando que a questão da realocação das unidades de Wagner para a Bielorrússia não foi resolvida e dependerá de decisões da Rússia e de Wagner. “Se eles estarão na Bielorrússia ou não, e em que quantidade, descobriremos em um futuro próximo“, afirmou. Da Rússia, os sinais são contraditórios. A TV estatal russa lançou, na quarta-feira um ataque feroz a Prigozhin e disse que uma investigação está sendo vigorosamente realizada, o que seria uma quebra dos termos do acordo que previu imunidade ao chefe da Wagner. A mídia russa em geral divulgou fotos da mansão de Prigozhin, alvo de buscas da FSB (o serviço de segurança da Federação Russa) incluindo caixas com dólares e ouro. Por outro lado, a publicação Fontanka indica que os itens apreendidos foram logo devolvidos, incluindo 10 bilhões de rublos e armas sofisticadas. O site Pravda afirma que “uma reconciliação entre Prigozhin e Shoigu (Ministro da Defesa Russo), e consequentemente com o presidente Vladimir Putin, está se formando”. O site lista alguns motivos para uma possível reconciliação: nenhum sangue civil foi derramado; Prigozhin garante não ter dado a ordem para abater pilotos russos e que isso partiu de uma de suas divisões de forma autônoma; o “motim” não foi dirigido contra o presidente Vladimir Putin; os russos lembram que foi o Wagner que, em tempos difíceis, continuou avançando quando o exército recuou, permitindo que as tropas se recuperassem e agora repelissem com sucesso a contraofensiva das Forças Armadas da Ucrânia; entre os militares das Forças Armadas o prestígio do “Grupo Wagner” é alto. O Pravda registra ainda que a definição de Putin de “motim” sobre os eventos de 24 de junho foi finalmente substituída por “bagunça” de Lavrov.
Sobre os protestos na França
O jornalista português Jorge Cadima, na edição desta quinta-feira do jornal Avante!, faz uma pertinente análise dos protestos que estão ocorrendo na França e que foi tema da Súmula Internacional de ontem: “A nova explosão social no ‘jardim*’ de Macron, Borrell e von der Leyen não é apenas um problema de violência policial e comunidades descendentes de imigrantes. É já a terceira grande revolta em França nos últimos anos. Não surpreende. O país tem um presidente que começou os seus mandatos pondo fim ao imposto sobre as grandes fortunas e dando outras benesses aos milionários. O ‘Presidente dos ricos’ invocou depois a ‘defesa do ambiente’ para impor novos impostos sobre quem trabalha com seus carros (a faísca para o protesto dos Coletes Amarelos) e a ‘insustentabilidade das finanças públicas’ para desencadear o ataque às aposentadorias de quem trabalhou toda a vida. Não podia ser mais evidente a natureza de classe da sua política. A resposta de Macron às explosões sociais em França é o aumento da repressão e um autoritarismo crescente, política que também vem de trás e não começou com os episódios de violência gratuita que favorecem o clima de insegurança e ajudam à promoção que a comunicação social ao serviço do grande capital faz da extrema-direita. Para a escalada militar da Otan na Ucrânia também não há contenções orçamentais. Escolha que tem outros custos: em 2022 a França registou o seu maior déficit comercial desde a II Guerra Mundial, 164 bilhões de euros, praticamente o dobro do ano anterior (Le Monde, 7.2.23), ‘quase inteiramente (86%) devido às importações de energia’, segundo a nota oficial que acompanhou a divulgação dos dados. Ou seja, devido ao efeito combinado das sanções e do mecanismo de fixação de preços energéticos concebido para encher os bolsos dos especuladores, ambos decretados pela UE”. Fonte: Avante!
Irã se torna oficialmente membro pleno da Organização para Cooperação de Xangai
O Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi, que nesta terça-feira (4) presidiu virtualmente a cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), afirmou que o Irã está pronto para tornar-se um novo membro da organização, e saudou a assinatura do Memorando de Compromisso da Bielorrússia sobre a adesão à OCX. “Estou satisfeito com o fato de que hoje o Irã irá se juntar à família OCX na qualidade de novo membro. Nesse sentido, desejo meus melhores votos ao presidente Ebrahim Raisi e ao povo do Irã. Também saudamos a assinatura do ‘Memorando de Adesão’ da Bielorrússia à OCX“. Por sua vez, o líder iraniano dirigiu-se ao público com palavras de gratidão. “Apreciamos muito as palavras calorosas do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e seus esforços para realizar esta cúpula. Aproveito esta oportunidade para expressar nossa gratidão em nome do governo e do povo do Irã por aceitar a República Islâmica do Irã como membro pleno da OCX“, disse Ebrahim Raisi. O Irã pretendia se juntar à aliança há 15 anos, mas a OCX segue um rigoroso procedimento de admissão. Na reunião, os líderes da OCX assinaram uma declaração conjunta em Nova Délhi, informou o secretariado da organização. “Nas últimas duas décadas, a OCX se transformou em uma importante plataforma para a paz, a prosperidade e o desenvolvimento em toda a região da Eurásia. Os milhares de anos de laços culturais e interpessoais da Índia com a região são um testemunho vivo de nossa herança compartilhada”, enfatizou Modi. O Presidente russo, Vladimir Putin, o Primeiro-Ministro paquistanês Shehbaz Sharif, o Presidente chinês, Xi Jinping, o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, o Presidente cazaque Kassym-Jomart Tokayev e outros líderes participaram da reunião virtual da OCX. Fonte: TV BRICs.
Conselho Europeu confirma deriva militarista
O Conselho Europeu é um órgão de direção política da União Europeia (UE) e reúne chefes de Estado ou de Governo dos países da UE além do presidente do Conselho Europeu (atualmente o belga Charles Michel) e da presidenta da Comissão Europeia (atualmente a alemão Ursula von der Leyen). Esta instância esteve reunida nos dias 29 e 30 de junho. As conclusões do Conselho Europeu reafirmam, no essencial, a submissão da UE aos interesses dos Estados Unidos da América e da Otan, designadamente na política de confrontação e de guerra, que assume como sua e que se expressa, nomeadamente, no incremento da política de sanções, que passam a abarcar medidas com carácter “extraterritorial” dirigidas a terceiros. É sintomático e revelador da verdadeira natureza da UE que o processo, agora iniciado, de revisão do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 seja norteado, essencialmente, pela intenção de reforço de verbas públicas para a produção de armamento. Verbas que, “em vez da promoção do militarismo e da guerra, deveriam ser destinadas à concretização da proclamada coesão econômica e social”, conforme denunciaram os deputados do Partido Comunista Português (PCP) no Parlamento Europeu, reafirmado que a solução para os conflitos, incluindo no que se refere à guerra na Ucrânia, passa pela abertura de vias negociais visando alcançar soluções políticas que assegurem a paz, a resposta aos problemas de segurança coletiva e do desarmamento, no cumprimento dos princípios do direito internacional e da Carta da ONU. “Os povos querem e precisam de paz e cooperação, não da continuação da política que incita à confrontação e à guerra, que a UE continua a promover”, realçaram os parlamentares comunistas. Na discussão sobre migrações e política de asilo, confirma-se “o carácter seletivo e desumano da política da UE”, assente entre outros aspectos em acordos com países visando criar zonas tampão, evidenciando “a hipocrisia e o cinismo de quem, mesmo quando dramaticamente confrontado com as vítimas desta política, reafirma os seus traços essenciais”. Fonte: Avante!
Cebrapaz apela à solidariedade com o povo palestino
O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), divulgou, nesta quarta-feira, uma nota assinada pelo presidente nacional da entidade, Jamil Murad, denunciando “nos mais firmes termos mais um episódio no massacre contínuo do povo palestino por Israel. É notória e nem mesmo a mídia hegemônica consegue continuar omitindo a brutalidade desse regime e a gravidade das suas repercussões sobre a vida na Palestina, não só, mas especialmente evidenciadas pelas reiteradas ofensivas militares”. Leia a íntegra neste link.
* Referência ao discurso de outubro de 2022, do Alto Representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, na Academia Diplomática da UE. Falando para os futuros diplomatas do velho continente, Borrell ensinou: “Sim, a Europa é um jardim. Tudo funciona. […] A maior parte do resto do mundo é uma selva, e a selva pode invadir o jardim”.