Macron vai receber 220 prefeitos após onda de protestos
Neste domingo, manifestantes atiraram um carro em chamas na casa de um prefeito na periferia de Paris. Os incidentes já são considerados os mais graves desde os “coletes amarelos”
Publicado 03/07/2023 14:21 | Editado 03/07/2023 14:51
O presidente da França Emmanuel Macron receberá nesta terça (4) cerca de 220 prefeitos no Palácio do Eliseu depois de uma semana de protestos violentos contra a morte de um adolescente de 17 anos, assassinado por policiais na periferia de Paris, na última terça (27).
A reunião está prevista para às 12h do horário local, segundo informações oficiais. O presidente francês convocou os prefeitos após manifestantes atirarem um carro em chamas na casa do prefeito de L’Haÿ-les-Roses, Vincent Jeanbrun, na madruda deste domingo (2).
Ontem, um bombeiro morreu tentando apagar o incêndio que tomava um estacionamento na região de Saint-Denis, nos arredores de Paris. O cabo Dorian Damelincourt, de 24 anos, sofreu um ataque cardíaco após inalar a fumaça.
Damelincourt chegou a ser socorrido por outros bombeiros e levado ao hospital militar, mas não resistiu.
A onda de protestos pela morte do jovem Nahel se espalhou pelas cidades francesas durante toda semana. Já são mais de 3.200 presos desde o assassinato do adolescente.
As autoridades já consideram que as manifestações estão arrefecendo, uma vez que o número de prisões vem caindo. Na madrugada de domingo para segunda foram 157 detenções, bem menos que na noite anterior, quando cerca de 700 pessoas haviam sido presas. Já na sexta-feira (30), as detenções chegaram a 1300.
Nahel tinha ascendência marroquina e argelina, e foi sepultado neste sábado (1) em uma mesquita de Nanterre. No domingo, a avó do jovem pediu para que as manifestações parassem com a quebradeira. “As pessoas que estão quebrando as coisas, eu peço: parem. Que não quebrem as janelas, que não quebrem as escolas, nem os ônibus”, disse.
Os distúrbios já são considerados a crise mais grave vivida pelo presidente Macron desde o movimento dos “coletes amarelos”. Os atos recentes são protagonizados por jovens dos chamados “bairros quentes” e a idade média dos detidos é de 17 anos.
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