Governo muda sistema de metas de inflação
A nova forma dá ao BC um prazo maior para perseguir a meta. Com a decisão, o BC abandona o ano-calendário e passa para a meta contínua, que, segundo a Fazenda, será de 24 meses
Publicado 30/06/2023 10:30 | Editado 03/07/2023 16:15
O Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou, nesta quinta (29), a mudança no sistema de metas de inflação. A nova forma estabelece que o Banco Central deve perseguir a meta de forma contínua, e não mais anualmente.
O CMN é composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que a mudança passará a vigorar em 2025, quando o BC abandonará o ano-calendário, ou seja, quando o objetivo da meta de inflação é verificado com base na variação de preços entre janeiro e dezembro de cada ano.
“Em relação à meta de inflação, eu anunciei ao Conselho Monetário Nacional e explico o porquê, porque é uma prerrogativa do presidente da república uma mudança do regime em relação ao ano calendário, de maneira que agora, conforme já discutido com a sociedade em inúmeras ocasiões, já tinha manifestado minha simpatia por uma mudança desse padrão que só se verifica em dois países do mundo, dentre os quais, o Brasil, de maneira que nós adotaremos agora meta contínua a partir de 2025”, afirmou.
A nova proposta partiu do Governo Federal que entende que perseguir a meta com um horizonte de tempo maior é mais efetivo para a política monetária. De acordo com o ministro, o “horizonte revelante” a ser perseguido pela meta contínua será definido pelo próprio BC.
No entanto, Haddad afirmou que a janela tende ser de 24 meses, a exemplo de experiências internacionais. No modelo contínuo, a inflação tem que estar na meta ao longo de um horizonte de tempo.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, informou que apesar da decisão do CMN, para a medida ter efeito é necessário que o presidente da República assine um decreto para oficializar a mudança.
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