Direita obtém vitória esmagadora nas eleições gregas contra a Syriza

Os eleitores deram ao reformista Kyriakos Mitsotakis um segundo mandato como primeiro-ministro.

O líder do partido Nova Democracia, Kyriakos Mitsotakis, fala durante um comício pré-eleitoral, na Praça Syntagma, em Atenas

O partido conservador Nova Democracia da Grécia venceu as eleições parlamentares do país, com os eleitores dando ao reformista Kyriakos Mitsotakis outro mandato de quatro anos como primeiro-ministro.

Os resultados oficiais de quase 90% dos centros de votação em todo o país neste domingo (25) mostraram o partido de Mitsotakis com pouco mais de 40% dos votos, enquanto seu principal rival, o partido de esquerda Syriza, sofreu uma derrota esmagadora com pouco menos de 18%, ainda mais dramática que seu 20% nas últimas eleições de maio.

Mitsotakis saudou o “mandato forte” após a vitória esmagadora. “O povo nos deu uma maioria segura. Grandes reformas prosseguirão rapidamente”, disse ele em um discurso televisionado.

A Nova Democracia está projetada para ganhar cerca de 157 ou 158 dos 300 assentos no parlamento, devido a uma mudança na lei eleitoral que concede assentos bônus ao partido vencedor. A eleição anterior em maio, conduzida sob um sistema de representação proporcional, deixou o partido com cinco assentos aquém da maioria, apesar de ter obtido 41% dos votos. Agora, Mitsotakis garante ampla maioria parlamentar para apoiar o governo.

Mitsotakis, formado pela Universidade de Harvard, vem de uma das famílias políticas mais proeminentes da Grécia. Seu falecido pai, Constantine Mitsotakis, serviu como primeiro-ministro na década de 1990, sua irmã serviu como ministra das Relações Exteriores e seu sobrinho é o prefeito de Atenas. Ele prometeu renomear a Grécia como um membro pró-negócios e fiscalmente responsável da zona do euro.

A estratégia, até agora, funcionou: o Nova Democracia derrotou oponentes de esquerda em maio, conquistando redutos socialistas na ilha de Creta e áreas de baixa renda ao redor de Atenas, algumas pela primeira vez.

Luta pela sobrevivência política

A economia foi o tema de debate para os eleitores. Por isso, a confiança do eleitorado no partido reformista, em vez da Syriza que não conseguiu garantir o crescimento da Grécia superior a qualquer outro membro da União Europeia.

O principal rival de Mitsotakis era Alexis Tsipras, de 48 anos, dirigente do partido de esquerda Syriza, que serviu como primeiro-ministro de 2015 a 2019, durante alguns dos anos mais turbulentos da crise financeira de quase uma década na Grécia.

Tsipras se saiu mal nas eleições de maio, ficando em um distante segundo lugar, 20 pontos percentuais atrás do Nova Democracia. Ele vem tentando reunir sua base eleitoral, tarefa complicada por partidos dissidentes formados por alguns de seus ex-companheiros.

Sua campanha política nas vésperas das eleições anteriores foi considerada por muitos como muito negativa, concentrando-se fortemente em escândalos que atingiram o governo de Mitsotakis no final de seu mandato.

A sombra da tragédia

A votação de domingo ocorreu pouco mais de uma semana depois que um navio de imigrantes virou e afundou na costa oeste da Grécia, deixando centenas de mortos e desaparecidos e questionando as ações das autoridades gregas e a estrita política de migração do país. 

O acidente ocorreu quando uma traineira de pesca superlotada indo da Líbia para a Itália virou e afundou, atraindo críticas sobre como as autoridades gregas lidaram com o resgate.

Mas o desastre, um dos piores no Mediterrâneo nos últimos anos, não influenciou fortemente a eleição, com questões econômicas domésticas em primeiro plano nas mentes dos eleitores.

Os escândalos, que incluíram revelações de escutas telefônicas visando políticos e jornalistas, e um acidente de trem mortal em 28 de fevereiro que expôs medidas de segurança precárias, também não avançaram sobre os ganhos significativos de votos de Mitsotakis.

Da Aljazira e Agências de Notícias

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