Museu de Arte do Rio abre mostra sobre a escritora Carolina Maria de Jesus

A exposição possui mais de 400 itens, entre livros, manuscritos e fotos e se estenderá até novembro deste ano.

Foto: Reprodução

A mostra “Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros” pegou a ponte aérea e desembarca neste sábado (24) no Museu de Arte do Rio (MAR). Em versão ampliada, o MAR expõe mais de 400 itens, entre livros, manuscritos e fotos, além de trabalho.

Desde abril no museu do Instituto Moreira Salles (IMS), a mostra “Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros” ficará exposta até 26 de novembro, com ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada) e gratuidades previstas em lei para idosos e crianças até 5 anos de idade.

O MAR funciona de terça-feira a domingo, das 11h às 18h, com a última entrada de visitantes às 17h.

Segundo a historiadora Raquel Barreto, cocuradora da exposição, esta é uma versão ampliada da mostra, à qual foram incorporadas novas obras e artistas. A exposição é dedicada à trajetória e à produção literária da autora mineira Carolina de Jesus, que ficou internacionalmente conhecida com a publicação do livro Quarto de Despejo, em agosto de 1960. A iniciativa também aborda as incursões de Carolina como compositora, cantora e artista circense, disse Raquel à Agência Brasil.

A exposição tem como curador o antropólogo Hélio Menezes e como assistente Phelipe Rezende.

Nascida em Sacramento (MG), em 1914, Carolina Maria de Jesus foi uma multiartista negra que ficou mais conhecida pela escrita de diários, sendo a sua obra de maior sucesso “Quarto de Despejo”, livro lançado em 1960 com tradução imediata para mais de 13 línguas. Durante muitos anos de sua vida, Carolina morou na Favela do Canindé, às margens do Rio Tietê, em São Paulo. Nesse período, a escritora trabalhou como catadora de papel para sustentar os seus três filhos. Carolina é uma das autoras mais importantes da história literária e cultural brasileira, e sua obra é considerada imprescindível para compreender o nosso país.

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Semelhanças

Raquel destacou o fato de a mostra abordar a vida de uma escritora muito importante para a história da literatura brasileira, para a cultura brasileira. “Uma escritora que, apesar de todos os impedimentos de ordem cultural que dificultam que pessoas negras construam uma literatura, conseguiu construir uma literatura tão rica e expressiva e que, mais de 60 anos depois de Quarto de Despejo, a obra ainda esteja atual, emocione tanto e tenha tanta relevância.”

A historiadora salientou a perspectiva de estética na produção da escritora. “E essa estética dialoga muito com a arte contemporânea brasileira de autoria negra. Elementos que aparecem no texto de Carolina, e que são importantes para ela, também aparecem em uma série de obras artísticas. As pessoas que vierem aqui vão encontrar essas relações, semelhanças, esse diálogo, dentro da própria exposição.”

A exposição marca a itinerância dos eventos do Instituto Moreira Salles para outras instituições no Rio de Janeiro, após seu fechamento para obras de reforma, estimadas em cerca de quatro anos. As obras foram iniciadas em 27 de março deste ano e têm o objetivo de melhor receber os visitantes em eventos e ampliar as reservas técnicas dos acervos.

*Com informações da Agência Brasil

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