Cúpula em Paris termina com promessa de US$ 100 bi para países pobres

Valor destina-se a ações de combate à crise climática. Anúncio foi feito pelo presidente francês Emmanuel Macron.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, em París. Foto: Ricardo Stuckert/ PR

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou, no final da cúpula Novo Pacto Financeiro Global, nesta sexta-feira (23), que finalmente os países ricos destinarão US$ 100 bilhões (R$ 477 bilhões) para investimentos em ações de mitigação da crise climática em países em desenvolvimento. 

A destinação desse valor não é uma novidade. Tal compromisso havia sido acordado na conferência do clima da ONU de 2009, a COP15, e endossado cinco anos depois pelo Acordo de Paris, mas a meta não vinha sendo cumprida. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um dos que vêm cobrando a doação do valor aos países pobres. Em entrevista coletiva em Roma, na quinta-feira (22), pouco antes de embarcar para Paris para participar da cúpula, o presidente declarou: “Esse dinheiro ainda não apareceu, e nós vamos sempre cobrar”. 

Durante sua participação na cúpula, Lula fez um discurso contundente em relação ao papel dos países ricos tanto na mitigação da crise climática quanto das desigualdades. “Eu não vim aqui para falar somente da Amazônia. Eu vim aqui para falar que, junto com a questão climática, nós temos que colocar a questão da desigualdade mundial”, disse. 

Ao final do evento, Macron afirmou, ainda, que um grupo de nações desenvolvidas está criando um fundo para a biodiversidade e a proteção das florestas.

Já o Banco Mundial se comprometeu, nesta quinta-feira (22), com uma nova cláusula a ser incluída em seus acordos com países mais vulneráveis à crise climática, prevendo a suspensão temporária de suas dívidas enquanto estiverem se recuperando de catástrofes causadas pelos problemas ambientais. Além de aliviar a economia dessas nações em momento de grande dificuldade, a medida tem o objetivo de evitar a perda de credibilidade, de maneira a não criar entraves à busca por investimentos e crédito. 

Neste mesmo dia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que atingiu sua meta de disponibilizar US$ 100 bilhões em direitos especiais de saque (SDRs) para nações vulneráveis.

O evento, promovido pelo governo francês, reuniu dezenas de líderes mundiais nesta quinta e sexta-feira, entre eles, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em pauta, maneiras de aumentar o financiamento ambiental para os países pobres, a redução de suas dívidas e a reforma dos sistemas financeiros do pós-guerra, como a ONU. 

Veja como foi a participação do Brasil na cúpula:

Lula: combate à desigualdade tem tanta prioridade quanto crise climática
Lula salienta papel da Amazônia como patrimônio ambiental e econômico
Lula classifica como ameaça as exigências da UE para acordo com Mercosul
Lula diz que países ricos devem pagar dívida histórica com o planeta
Lula se encontra com presidente de Cuba e retoma relação entre países
Lula chega em Paris para cúpula econômica com foco ambiental

Autor