Plano de golpe no celular de Mauro Cid teve autoria encoberta de propósito
Suspeita é de que uma folha tenha sido colocada em cima da outra para esconder os nomes de quem produziu o texto sobre o golpe de Estado
Publicado 19/06/2023 13:01 | Editado 20/06/2023 12:39
Com a retirada do sigilo do relatório da Polícia Federal sobre o conteúdo encontrado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), a sociedade pode constatar que existia efetivamente uma tramoia bolsonarista contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No material, que pode ser acessado na íntegra aqui, constam fotos de um documento elaborado que justifica um ‘golpe’ pela declaração de Estado de Sítio e, consequente, Operação de Garantia da Lei e da Ordem.
As fotos estão em uma conversa de Mauro Cid no aplicativo WhatsApp que ele mantinha com o próprio número, como forma de guardar documentos para si. O conteúdo é do dia 28 de novembro de 2022 (o segundo turno das eleições aconteceu em 30 de outubro) com a identificação da conversa com o número intitulado Major Cid – AJO Pr.
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De acordo com informações da revista Veja, a Polícia Federal desconfia que na foto a autoria do documento está encoberta por uma outra folha de papel como forma de esconder a autoria do documento.
Conforme diz o relatório da PF: “Como é possível conferir no item c) Imagem 3, o autor da fotografia utiliza, aparentemente, uma das folhas impressas (Imagem 2) para cobrir o local que supostamente revelaria a identificação do autor do texto. Foi possível verificar este indício a partir da inversão da imagem 3, de forma que o texto apresentou melhor legibilidade após a mudança do sentido da imagem (espelho) e diminuição do brilho”.
O celular de Cid é tratado como uma bomba relógio para os bolsonaristas, uma vez que pode revelar ainda mais conteúdos sobre ideações de crimes.
Quanto ao que já foi exposto estão mensagens que atentam contra o STF, a justiça e o sistema eleitoral, em conspiração conjunta com membros das Forças Armadas com efeito de anular o resultado das eleições.
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No relatório da PF é possível ainda vez que foi encontrado um documento criado em 25 de outubro de 2022 em formato .docx, que se inicia com o título “Forças Armadas como Poder Moderador”.
O conteúdo reúne ideia do jurista Ives Gandra em uma tentativa distorcida de justificar uma intervenção militar. A revista Veja classificou o conteúdo como ‘verniz jurídico do golpe’. Gandra negou envolvimento e disse que uma orientação escrita dada a um aluno, em 2017, foi utilizada sem seu consentimento.
O documento que traz um manual para o “golpe” difere da minuta golpista encontrada na residência do ex-ministro Anderson Torres.
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com informações de agências
Edição Vermelho: Murilo da Silva