Brasil resgata 144 obras cinematográficas que estavam na Itália

O anúncio acontece no dia em que se comemora 125 anos do cinema nacional. São mais de 524 rolos que estavam sob a custódia da Embaixada brasileira no país.

Foto: Filipe Araújo/MinC

O Ministério da Cultura (MinC) anunciou, nesta segunda (19), a repatriação de 144 obras cinematográficas nacionais que estavam desde 1979 em Roma, na Itália. O anúncio faz parte das celebrações de 125 anos do cinema brasileiro.

O acervo chegou ao país neste sábado (17) e conta com títulos como “Macunaíma”, de Joaquim Pedro de Andrade, e “Vidas Secas”, Nelson Pereira dos Santos.

Os 524 rolos estavam na capital italiana desde quando foi fechado o escritório da antiga Embrafilme. Com a extinção da empresa em 1990, o acervo passou a ficar sob a custódia da Embaixada do Brasil em Roma.

“O retorno desse acervo é um reencontro do país com sua própria cultura, com sua memória e sua identidade. Reforça também a importância do trabalho de preservação e de difusão das obras para os estudiosos e os amantes do cinema, que será feito aqui pela Cinemateca Brasileira”, comemorou a ministra da Cultura, Margareth Menezes.

Segundo a pasta, os filmes são antigos e de diversos gêneros e passarão por avaliações para que esteja disponibilizado ao público no menor prazo possível. Os filmes serão destinados à Cinemateca Brasileira, mas serão de responsabilidade da Agência Nacional de Cinema (ANCINE).

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125 anos de cinema brasileiro

Coincidentemente, o Dia do Cinema Nacional é celebrado em 19 de junho, pois homenageia Afonso Segretto (1875 – 1919), o ítalo-brasileiro considerado o primeiro cineasta nacional. Ele filmou a Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, quando estava a bordo do navio Brèsil, em 1898.

Segundo informações da Agência Brasil, o cineasta voltava da França, onde aprendeu técnicas de filmagem. O feito fez com que o dia 19 de junho se transformasse no Dia do Cinema Nacional. Outra data também é comumente celebrada pela sétima arte, o 5 de novembro (em 1896, houve a primeira exibição pública).

As históricas filmagens de junho de 1898 inspiraram o pioneiro documentário A Praia de Santa Luzia, realizado em parceria com o irmão dele, o empresário Paschoal Segreto.

Confira as obras repatriadas pelo MinC

O Menino do Tietê;
A Hora e a Vez de Augusto Matraga;
Porto das caixas;
O profeta da fome;
As amorosas;
Pindorama;
Copacabana me engana;
Macunaíma;
Os fuzis;
Lucíola, o anjo pecador;
As sete faces de um cafajeste;
Tempo de violência;
Corpo ardente;
Faustão;
Soledade a bagaceira;
O marido sem chifre em jardim
sem flor (trailer);
Marcelo zona sul;
Esse mundo é meu;
Bahia de todos os santos;
A margem;
La vita comincia domani;
Quando as mulheres paqueram;
Assim nem a cama aguenta;
Menino de engenho;
Antes o verão;
Perpétua;
Terra é sempre terra ;
O homem nu;
Ainda agarro essa vizinha;
Anjos da noite;
Vidas secas.

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