Mercadante defende incentivos fiscais para quem gera emprego

Presidente do BNDES criticou benefícios para carros elétricos importados, que não são oferecidos para quem produz no país

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Na segunda-feira (12), a Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) promoveram um seminário para debater “as diretrizes e estratégias de fomento de crédito para o desenvolvimento produtivo, a inovação e o acesso das pequenas e médias indústrias”.

Na ocasião, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a importância dos bancos públicos pelo mundo: “Temos em torno de 520 bancos públicos no mundo, que são responsáveis por 15% do investimento na economia mundial. Os países que têm bancos e entidades de fomento são os que mais cresceram nos últimos tempos”, disse.

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Na sequência, ele fez uma crítica ao sistema de benefícios fiscais nacional que tem atuado contrariamente à geração de emprego no país. Isto porque, como exemplo dado por Mercadante, a produção de carros elétricos importados é desonerada, enquanto a produção nacional não é.

“O que não faz sentido é o Brasil desonerar importação e taxar produção doméstica. Temos que buscar outro modelo. Quem gera emprego, paga salários e paga impostos não tem nenhum tipo de benefício. E o carro que vem pronto de fora é desonerado.”

Para ele, portanto, o Brasil deve incentivar com benefícios quem produz e gera empregos no país.

Na sua fala ainda indicou que, em termos econômicos, o Brasil já voltou a “respirar”, está se recuperando e que a inflação tem caído com força.

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Sobre o apoio do BNDES às pequenas e médias indústrias, disse que o banco irá irrigar o mercado com crédito em até quatro meses e que agentes farão encontros com empresários locais, nos interiores dos estados, para identificar e promover negócios. Mercadante ainda falou que o banco deve retomar o patamar histórico de desembolsos da instituição. Para isso, o plano é dobrar os desembolsos para 2% do PIB.

*Informações Agência Fiesp. Edição Vermelho, Murilo da Silva.

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