Mercadante defende queda dos juros e Luiza Trajano cobra Campos Neto
Presidente do BNDES é aplaudido na Fiesp ao defender corte na Selic, já Trajano, da Magazine Luiza, cobrou presidente do BC em evento; reunião do Copom se aproxima
Publicado 13/06/2023 19:19 | Editado 16/06/2023 07:37
Nos dias 20 e 21 de junho, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central (BC), se reúne para deliberar a taxa de juros (Selic). A proximidade da reunião, já na próxima semana, tem feito com que as manifestações pela queda dos juros se intensifiquem, ainda mais com a desaceleração da inflação registrada nos últimos meses.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, durante seminário na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na segunda-feira (12), pediu uma salva de palmas para o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ao dizer que ele certamente tomará uma decisão pelo Brasil, o que indica uma sugestão de corte nos juros.
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A fala foi apoiada pelo empresariado e industriais presentes. Na saída do evento, aos jornalistas, Mercadante disse que não compete a ele dizer algo sobre a decisão do Copom, no entanto explicou que o pedido de palmas para Neto era para, quem sabe, “ajudar isso rápido [a queda dos juros]”.
Ainda na segunda, a presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano, também cobrou Campos Neto pela redução dos juros e a cobrança foi feita cara a cara.
Ambos participaram do evento do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo, em São Paulo. Trajano deixou claro a situação calamitosa que o juros em 13,75% a.a. mantido por um longo tempo pelo BC tem causado ao país.
“A nossa realidade é diferente, o varejo puxa tudo, a indústria, a produção. Estamos tendo excesso de produto, as indústrias não têm onde colocar, nem sempre esse remédio amargo também resolveu a inflação. Já tivemos muito remédio amargo, se estou defendendo é pela pequena e média empresa. Queria pedir, por favor, para dar um sinal de que vai baixar esses juros”, afirmou Trajano.
O presidente do BC se defendeu ao dizer que é apenas um voto entre os nove do Copom, respaldou as decisões técnicas e voltou a justificar os juros altos pelo controle da inflação.
Trajano rebateu a fala separando bem as coisas: “Uma coisa é, dentro de uma sala, a gente pensar tecnicamente, acho muito bom, mas outra coisa é a realidade. Sem um sinal, não vamos aguentar, quantas lojas aqui já foram fechadas? Queria te pedir, em nome dos brasileiros, para dar um sinal —e não é de 0,25 ponto, precisamos de mais”, disse.
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Neto revelou que espera voltar no mesmo evento em 2024 e acredita que todos irão olhar em retrospecto e ver que as decisões foram positivas.
A fala mais uma vez foi rebatida por Trajano: “Vai ter muita gente quebrada até lá!”, disse ao entender que se os juros continuarem em alto patamar as empresas podem quebrar em massa.
*Informações Hora do Povo e Brasil 247. Edição Vermelho, Murilo da Silva.