G. Zyuganov: “Uma guerra de aniquilação está sendo travada contra nós”

Mais: Entenda a “morte cruzada” acionada por Lasso / Dissidência das FARCs ameaça abandonar cessar-fogo / Países pressionam Ucrânia a fazer a paz, entre outras notas.

Zyuganov discursando, nesta última terça-feira, da tribuna da Duma de Estado

O Presidente do Comitê Central do Partido Comunista da Federação Russa (PCFR) e líder da facção do partido na Duma do Estado, Gennady Zyuganov, falou na sessão plenária da Duma do Estado (o parlamento nacional russo) nesta terça-feira (16). O PCFR tem a segunda maior bancada da Duma, com 57 deputados, só perdendo para a Rússia Unida, do presidente Vladimir Putin. Zyuganov elogiou o discurso de Putin no desfile da vitória, 9 de maio, quando o mandatário russo apontou que “uma verdadeira guerra foi declarada contra a Rússia”. Ao mesmo tempo, o parlamentar comunista criticou o secretário de imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov, que no dia seguinte negou que a Rússia estivesse em guerra, reafirmando que o conflito na Ucrânia é uma “Operação Especial Militar”. “Acho que ele está profundamente enganado”, disse Zyuganov. O PCFR considera que uma OEM (Operação Especial Militar) é insuficiente diante do que o país enfrenta atualmente. Zyuganov defendeu encarar a luta contra os EUA, Otan e o fascismo ucraniano como uma guerra. O jornal Pravda, de 11/5, publicou o artigo “Lutando pelo mundo Russo”, onde o presidente do PCFR afirma: “todos devemos perceber que uma guerra de aniquilação está sendo travada contra nós. Seu objetivo é o desmembramento do país, a escravização do povo e a transformação de nossas terras em zona de saque colonial. Isso nos ameaça não apenas com perdas em grande escala. Perder em tal situação significa desaparecer.”

Zyuganov: Contar com as forças progressistas de todo mundo na luta contra o fascismo

Em sua intervenção na Duma de Estado, o presidente do PCFR informou que um importante evento está sendo preparado: a realização de uma “Cúpula Conjunta com os países latino-americanos” (cujos detalhes ainda não foram divulgados). Na opinião de Zyuganov, que destacou dois membros da bancada comunista para acompanhar os preparativos da Cúpula, o acontecimento é importante pois “para vencer, precisamos contar com o desejo comum das forças progressistas de todo o mundo de lutar contra o fascismo”. O PCFR apresentou na Duma de Estado, segundo Zyuganov, uma proposta de orçamento e 12 projetos de lei referentes à Guerra. “A concretização das nossas propostas permitirá mobilizar ao máximo toda a sociedade na luta contra o nazismo e o fascismo. Isso criará as condições para uma ofensiva vitoriosa e bem-sucedida”, declarou o líder comunista, defendendo que o governo aprenda com as lições da era soviética. Mais de 500 militantes do PCFR e da juventude comunista estão lutando na linha de frente, sendo que 30 morreram em combate, um deles o deputado do Conselho Supremo da República da Cacássia, Dmitry Ivanov, que recebeu o título póstumo de Herói da Federação Russa.

Entenda a “morte cruzada” acionada por Guillermo Lasso

A Corte Constitucional analisará a validade do decreto de “Morte Cruzada”

O presidente equatoriano, o neoliberal Guillermo Lasso, dissolveu nesta quarta-feira (17) a Assembleia Nacional, encerrando assim o processo de impeachment que estava em andamento com a intenção de destituí-lo do cargo. A ferramenta, chamada de “morte cruzada”, pode ser acionada em três casos: se o Legislativo assumir funções que não lhe correspondam, se obstruir o governo “de forma reiterada e injustificada” ou devido a uma grave crise política e comoção interna. Lasso utilizou esse último motivo como argumento. O parlamento nacional e unicameral do Equador tem 137 cadeiras, sendo que o governo e aliados contavam com uma bancada de apenas 37. O impeachment seria aprovado caso alcançasse 92 votos, ou seja, em teoria a oposição teria votos de sobra para aprovar o afastamento de Lasso. Diante deste cenário, o presidente acionou o mecanismo da morte cruzada, que prevê a dissolução do parlamento e a convocação de eleições gerais em até seis meses inclusive para a presidência, o que significa também a dissolução antecipada do governo, cujo mandato iria até maio de 2025 e agora terminará em novembro, quando teremos a eleição dos novos parlamentares e do novo presidente. Os eleitos complementarão os 18 meses restantes dos mandatos presidencial e parlamentar, ou seja, todos os eleitos irão exercer, inclusive o novo presidente, 1 ano e meio de mandato, quando então novas eleições gerais serão realizadas.

Morte cruzada: Poderes limitados para Lasso até as eleições

Até novembro de 2023 (ou pouco depois disso caso haja algum atraso no calendário eleitoral) Lasso poderá governar por decreto mas com muitas limitações. Qualquer decreto só pode versar sobre temas econômicos, tem que necessariamente obter o aval da Corte Constitucional e deve obrigatoriamente passar depois pela revisão do novo parlamento eleito. A Revolução Cidadã, principal força de esquerda do país, e que introduziu a “morte cruzada” na Constituição, apesar de considerar o instrumento um “avanço democrático” acusa que seu uso foi casuístico e ilegítimo pois não havia motivos para invocá-lo. Já o Partido Comunista do Equador considerou a medida um golpe e convocou o povo a se manifestar pressionando a Corte Constitucional (CC) a anular o decreto. De fato, a CC já está sendo acionada para analisar a iniciativa, porém, a opinião majoritária dos analistas equatorianos é que o órgão legislativo referendará a “morte cruzada”. Caso isso ocorra não haverá impedimento legal inclusive para que Guillermo Lasso concorra à presidência, apesar de contar atualmente com um índice de rejeição superior a 80%, segundo diversas pesquisas.

Dissidência das FARCs ameaça abandonar cessar-fogo

Depois que o Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciou a suspenção temporária dos diálogos de paz em Havana, conforme noticiamos na Súmula Internacional nesta quarta-feira, outra má notícia para a luta pela paz na Colômbia: uma importante dissidência das extintas FARCs, que não aderiu ao acordo de paz de 2016, ameaça abandonar o cessar-fogo em vigor desde 1º de janeiro. O Estado Maior Central (EMC) anunciou nesta terça-feira que avaliará a continuidade ou não do cessar-fogo bilateral com o governo colombiano, que acusa de estar descumprindo o acordo. “Desde a assinatura do cessar-fogo até agora, infelizmente, 10 guerrilheiros foram assassinados e outros 20 ficaram feridos. Daí, nos perguntamos: o cessar-fogo é de natureza humanitária ou é uma estratégia para obter uma vantagem militar?”, denunciou o EMC em um comunicado. Instituições ligadas ao governo acusam o EMC de ser o responsável pela quebra do cessar-fogo. Outra importante dissidência das FARCs é a liderada pelo comandante Iván Márquez, chamada de “Segunda Marquetalia”. Iván Márquez foi um dos principais negociadores do acordo de paz de 2016, mas decidiu voltar à luta armada alegando que o acordo não estava sendo cumprido. Com a vitória de Petro, Márquez anunciou a disposição de iniciar diálogos de paz com o governo, o que ainda não se concretizou oficialmente.

Países vizinhos pressionam Ucrânia a fazer a paz, afirma jornalista

O jornalista Seymour Hersh, vencedor do Prêmio Pulitzer, publicou um artigo na plataforma Substack informando que um grupo de países liderados pela Polônia pede secretamente ao presidente ucraniano, Vladmir Zelensky, que ponha fim ao conflito na Ucrânia, mesmo à custa de sua renúncia. Segundo dados que seriam secretamente conhecidos por alguns funcionários dos serviços de inteligência dos EUA, o grupo de países liderados pela Polônia, que seria formado por Hungria, Lituânia, Estônia e Letônia, querem que a paz seja negociada agora devido ao grande fluxo de milhões de refugiados na Europa. Além disso, Hersh escreveu que o presidente dos EUA, Joe Biden, está recebendo informações incompletas sobre o curso do conflito ucraniano porque certos materiais de inteligência dos EUA, os mais realistas, não estariam chegando ao chefe de estado, bloqueados por alguns setores interessados na continuidade do conflito.

Negociações secretas entre EUA e Síria fracassaram, garante jornal

Base estadunidense no nordeste da Síria

O jornal libanês em língua francesa, L’Orient-Le Jour, garante que os Estados Unidos negociaram secretamente com a Síria, nos meses de fevereiro e março, em Omã. Coincidência ou não, o presidente Bashar al-Assad visitou Omã em 23 de fevereiro. Segundo o jornal, em informação reproduzida pelo site Voltaire, as negociações falharam, pois Washington se recusou a retirar as suas tropas que ocupam o nordeste do país, alegando que a Síria não tem capacidade para derrotar o grupo terrorista Daesh (também chamado de Estado Islâmico). O Voltaire lembra, no entanto, que os exércitos sírio e russo são os únicos a ter repelido vitoriosamente o Daesh, enquanto os EUA fizeram acordos e alianças com o grupo.

Fissuras no pacto Ucrânia – Otan?

O site Voltaire também informa que o comandante-em-Chefe das Forças Armadas Ucranianas, o General Valeri Zaluzhny, informou por carta ao Presidente do Comitê Militar da Otan, o Almirante neerlandês Rob Bauer, que não poderia participar de uma reunião para a qual foi convidado em Bruxelas. O General ucraniano alegou que esta impossibilidade era devida às “dificuldades ligadas à defesa contra a agressão russa”. No entanto, também recusou participar na reunião por vídeo conferência. A reunião tinha como um dos objetivos obter detalhes sobre a tão esperada contraofensiva anunciada por Kiev.

Exposição Saara Ocidental

No marco de comemoração dos 50 anos da Frente Polisario, completados no último dia 10, a Câmara Legislativa do Distrito Federal irá receber, nesta sexta-feira, a partir das 17h, a exposição “Saara Ocidental, última colônia da África – 50 anos de luta”. O representante da República Árabe Saarauí Democrática (RASD) no Brasil, embaixador Ahamed Mulay Ali, estará presente. Compareça. Sua presença será um gesto de solidariedade com o povo saarauí.

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