Presidente Lula critica manutenção da prisão de Julian Assange
Em Londres, Lula diz ser uma “vergonha” um jornalista ser preso por denunciar os EUA e ainda deu bronca na imprensa: “não se mexe na defesa desse jornalista”
Publicado 08/05/2023 12:45 | Editado 09/05/2023 13:57
Em Londres, o presidente Lula criticou, neste sábado (6), a prisão de Julian Assange. Para a imprensa, Lula disse que é “uma vergonha” o jornalista australiano ainda estar preso.
“É uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra os outros esteja preso, condenado a morrer na cadeia, e a gente não fazer nada para libertar”, disse o presidente.
O presidente deu entrevista a jornalistas depois de participar da coroação do Rei Charles III.
O fundador do Wikileaks está preso na Inglaterra desde 2019, quando o ex-presidente do equador, Lenin Moreno, revogou o asilo diplomático na embaixada do país em Londres.
Em 2010, Assange publicou cerca de 250 mil arquivos do Pentágono que revelavam crimes de guerra cometido pelos Estados Unidos, práticas de tortura em Guantánamo, base militar americana em Cuba, e uma série de espionagem dos ianques a outros países, inclusive o Brasil.
O presidente do Brasil também deu um “puxão de orelha” nos profissionais da imprensa. “É um negócio maluco. A gente briga e fala em liberdade de expressão. O cara [Assange] está preso porque denunciou as falcatruas. E a imprensa não se mexe na defesa desse jornalista. Eu sinceramente não consigo entender”, lamentou Lula.
Assange está na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, e o Reino Unido autorizou sua extradição para os Estados Unidos, onde pode ser condenado a até 175 anos. A Casa Branca usa lei contra a espionagem da Primeira Guerra Mundial para processar o jornalista pela publicação dos documentos e informações de interesse do mundo inteiro.
Em 2022, a ex-ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, autorizou o envio do jornalista para os EUA, processo de pedido de extradição que começou com o republicano Donald Trump e continua na gestão do democrata Joe Biden. A defesa recorre do caso.