Militar preso em operação da PF diz saber quem mandou matar Marielle
Ailton Barros foi preso na quarta (3) em operação sobre falsificação de dados de vacinação contra Covid envolvendo Bolsonaro
Publicado 04/05/2023 10:06 | Editado 05/05/2023 12:13
O ex-capitão do Exército Ailton Barros, preso pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (3) durante operação que apura fraude em cartões de vacina, disse saber quem é o mandante da morte da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), ocorrida em 2018 e até hoje sem solução.
A afirmação de Barros foi feita durante conversa entre ele e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, preso na mesma operação.
Em uma das conversas captadas pelos investigadores do caso, Barros citou o nome do ex-vereador do Rio de Janeiro, Marcelo Siciliano, eximindo-o de responsabilidade no assassinato de Marielle e Anderson Gomes, motorista da vereadora na noite do crime.
Ao justificar que o ex-vereador não tem relação com o caso e que teria sido alvo de perseguição política, Barros citou que sabe quem foi o responsável pelo assassinato de Marielle. “Eu sei dessa história da Marielle, toda irmão, sei quem mandou. Sei a p**** toda. Entendeu? Está de bucha nessa parada aí”, afirmou. Veja o histórico da conversa reproduzido pela CNN, abaixo.
A fala sobre o assassinato foi captada aleatoriamente pela polícia e deve ser investigada no inquérito específico sobre o caso Marielle.
Em 14 de março de 2018, Marielle Franco e Anderson Gomes foram baleados dentro do carro em que transitavam na região central do Rio. Há duas questões em curso sobre o caso: uma para apurar quem são os mandantes dos assassinatos e outra para levar o policial militar reformado, Ronnie Lessa, a júri popular. Ele é acusado ser um dos executores das mortes.
Siciliano foi alvo de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira. O nome dele foi envolvido na investigação sobre o assassinato de Marielle e Anderson por uma pessoa que se identificou como testemunha, mas que retirou as acusações posteriormente.
Cartões de Vacina
Segundo relato da PF na Operação Venire, Cid articulou a emissão de cartões falsos de vacinação para Covid-19. Primeiro para sua esposa, Gabriela Santiago Cid, e suas duas filhas, e depois para o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua filha, Laura Bolsonaro, de 12 anos.
O ex-vereador, segundo Barros, teria intermediado a inserção de dados falsos no sistema do SUS para beneficiar a esposa de Cid, Gabriela Santiago Cid.
Na avaliação dos investigadores da PF, Ailton Barros solicitou que, em troca da ajuda com os cartões de vacina, Cid intermediasse um encontro de Siciliano com o cônsul dos Estados Unidos para resolver um problema com o visto do ex-vereador devido ao seu suposto envolvimento no caso Marielle.
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Fonte: Agência Brasil
Edição: Bárbara Luz