Extraditado, Brennand chega algemado pela PF em SP
Herdeiro pernambucano é acusado de diversos crimes sexuais e de agressão contra mulheres
Publicado 30/04/2023 09:30 | Editado 02/05/2023 11:39
Agentes da Polícia Federal (PF) chegaram neste sábado (29) ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com o empresário Thiago Brennand, acusado de diversos crimes contra mulheres. Ele estava foragido nos Emirados Árabes Unidos e foi extraditado após tratativas com o governo brasileiro, antes que ele fugisse novamente para a Rússia.
Ele desceu algemado do avião e foi escoltado diretamente para a superintendência da PF na Zona Oeste de São Paulo, onde deve ficar detido hoje à noite. Foi preciso escolta com agente treinado em artes marciais, devido ao perfil violento do criminoso. Pesam contra o empresário, que é herdeiro de uma família rica de Pernambuco, cinco mandados de prisão preventiva.
Neste sábado, o chefe da Interpol em São Paulo, Ricardo Sancovich, disse em entrevista coletiva que o herdeiro dormiria na superintendência devido ao horário em que chegou ao Brasil, e que pela manhã ele deve ser submetido a exame de corpo de delito e audiência de custódia, antes de ser encaminhado a um centro de detenção provisória.
O criminoso enfrenta audiência de custódia na manhã de hoje no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Em seguida, deve ser encaminhado ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, para onde são enviados presos por crimes sexuais. Ele esteve acompanhado de cinco advogados.
Acusações
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, Thiago Brennand é réu em pelo menos 8 processos criminais, e teve decretada sua prisão preventiva em cinco deles. Brennand responde a oito processos com expedição de cinco mandados de prisão preventiva.
Além das agressões, cárcere privado, tortura e estupros contra mulheres, o empresário ainda é investigado por agredir o filho e por possuir uma coleção de armas ilegais. Em outra ação, Brennand é réu por agressão a funcionário de um hotel no condomínio onde morava, em Porto Feliz (SP). Ele responde ainda por perseguição e ameaças a outro funcionário, idoso, do mesmo condomínio. Também é reu por agressão a um garçom do restaurante Fasano.
Os casos envolvendo Thiago Brennand ganharam notoriedade após a divulgação de imagens da câmera de segurança de uma academia em São Paulo em que ele é flagrado agredindo uma modelo. Em decorrência deste episódio, a Justiça paulista determinou a prisão dele.
O empresário chegou a ser preso em outubro, em Abu Dhabi, mas acabou solto após pagar fiança. Depois de tratativas do governo brasileiro, os Emirados Árabes Unidos concordaram em extraditar o empresário, após ele ter sido incluído na difusão vermelha da Interpol.
Brennand foi preso novamente em 17 de abril, após serviços de inteligência do país do Oriente Médio identificarem um plano em que ele pretendia fugir para a Rússia. Uma equipe composta por um delegado e dois agentes da PF foram aos Emirados Árabes Unidos para trazer o brasileiro. Um escrivão treinado em artes marciais também foi mobilizado, diante do histórico violento do preso.
A defesa de Brennand pleiteia na Justiça a revogação da prisão preventiva do empresário, alegando que ele pretende colaborar com as investigações. Além das agressões e estupros, ele deve responder por crimes como cárcere privado e lesão corporal, por ter obrigado uma mulher a tatuar seu nome. Ele alega inocência e se diz perseguido.