Com adesão da Argentina, América do Sul inicia processo de desdolarização do comércio exterior

Nesta quarta (26), a Argentina anunciou que passará a fazer suas transações para as importações vindas da China em yuan. Em abril, o Brasil também anunciou acordo preterindo o dólar. O “rei dólar” vê sua hegemonia em cheque.

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A Argentina pagará pelas importações da China em yuan ao invés do dólar. O governo anunciou na quarta (26) que a desdolarização significa o fortalecimento dos laços comerciais entre os países. Argentina e Brasil dão os primeiros passos para a independência comercial em relação a moeda norte-americana.

Segundo o comunicado do ministro da Fazenda, Sergio Massa, ainda em abril, a Argentina pretende pagar o equivalente a US$1 bilhão em importações do parceiro asiático. Para o ministro, as transações podem chegar a cerca de US$ 800 milhões de dólares mensais.

O acordo bilateral trabalha com a possiblidade de aumentar o volume de importação dos produtos chineses.

Brasil e Argentina dão os primeiros passos na discussão sobre a hegemonia da moeda americana no comércio global. Em janeiro, em sua primeira viagem presidencial do novo governo, Lula discutiu com Alberto Fernandez a possibilidade da criação de uma moeda comum para as transações comerciais entre os países.

Em abril, China e Brasil assinaram acordo que promove as transações comerciais de câmbio direto entre o real e o yuan. Ao excluir o dólar, Brasil e Argentina pretendem reduzir os custos comerciais, promover o comércio bilateral e facilitar investimentos.

Mais de 25 países já negociam com a China utilizando o yuan.

Recentemente, a Bloomberg publicou artigo dizendo que o “rei dólar” está enfrentando uma revolta. Segundo a revista, os países estão “cansados de uma moeda que está forte demais e que foi transformada em arma geopolítica”.

Em viagem à China, o presidente brasileiro propôs a criação de um novo sistema monetário de uso restrito dos Brics – bloco de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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