Ruy Castro toma posse na ABL e critica Bolsonaro

Em discurso de posse, Ruy criticou governo Bolsonaro pela guerra contra a cultura, sintetizada nos ataques à Lei Rouanet

Ruy Castro. Foto: ABL (Fecebook)

Eleito em outubro de 2022, o escritor e jornalista Ruy Castro tomou posse da cadeira de número 13 da Academia Brasileira de Letras (ABL) na sexta-feira (3), na sede da instituição, no Rio de Janeiro (RJ).

Ruy assume a cadeira deixada pelo ex-ministro da Cultura Sergio Paulo Rouanet, que dá nome à fundamental lei de incentivo à cultura no Brasil.

Em seu discurso, o autor de “Chega de Saudade: A História e as Histórias da Bossa Nova”, destacou o triunfo da Lei Rouanet que mostrou que artistas e patrões poderiam trabalhar juntos, sem hostilidades. Ainda celebrou o ganho social e econômico, com geração de empregos, além dos eventos e do patrimônio cultural que a Lei impediu que deixassem de existir.

Leia também: MinC vai liberar R$ 1 bilhão para projetos aprovados via Lei Rouanet

Em seguida, falou sobre a tentativa dos agentes públicos – boca imunda – do governo Bolsonaro em corromper o sentido da Lei Rouanet, ao travarem uma guerra contra a cultura, após um longo período de virtudes e conquistas.

“Essa ciclópica produção gerada pela Lei Rouanet continuou pelos anos seguintes, até que novos tempos – na verdade, velhos tempos que se faziam de novos, como ele antecipara – dedicaram-se a corrompê-la com fake news. Ela foi usada como munição na pior guerra contra a cultura já desfechada por um governo no Brasil. A boca imunda desses agentes tentou fazer do nome Rouanet um palavrão. Quando tiraram o seu nome da lei, pensando que assim o humilhavam, não imaginavam o alívio com que Rouanet recebeu a notícia”, colocou Ruy Castro em seu discurso de posse.

O biógrafo de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, também passou pelos outros ocupantes da cadeira 13 que tem como patrono Francisco Otaviano:  Francisco de Assis Barbosa, Augusto Meyer, Hélio Lobo, Sousa Bandeira, Martins Júnior, Francisco de Castro e Visconde de Taunay, o fundador.

*Com informações Folha de São Paulo

Autor