Vestida de vermelho, Daniela Mercury encerra carnaval de São Paulo

Cantora disse que voltar a sair na cidade com o bloco Rainha da Pipoca, tradição desde 2016, é uma “grande celebração do fortalecimento da democracia no país”.

A cantora baiana Daniela Mercury no bloco "Pipoca da Rainha" em São Paulo | Foto: reprodução/redes sociais

Seguindo a tradição mantida desde 2016, a cantora Daniela Mercury fechou o Carnaval de rua neste domingo (26) em São Paulo com o bloco “Pipoca da Rainha” que, mesmo debaixo de muito sol, arrastou uma multidão pela Rua da Consolação.

Precursora dos grandes trios carnavalescos em SP e Salvador, a cantora baiana disse à Folha de S. Paulo que voltar a sair na capital paulista com o bloco é uma “grande celebração do fortalecimento da democracia no país”.

“Hoje é dia de celebrar, dia de celebrar o Carnaval, de celebrar a vida, a paz, o amor, a democracia”, disse Daniela antes do bloco sair.

Vestida de vermelho da cabeça aos pés, Daniela dedicou o desfile à cantora Rita Lee, internada na sexta-feira (24) com estado de saúde delicado. “À nossa tão querida e necessária, que ela se recupere rápido.”

Segundo Daniela, vermelho é a cor “dessa cidade”, do Carnaval e da democracia. Ela foi uma das artistas que mais se engajou na campanha do presidente Lula (PT) durante as eleições. À Folha, Daniela falou que sua roupa e de seus bailarinos foram feitas por pessoas resgatadas de situação de trabalho escravo.

“Tudo isso que o Brasil tem para celebrar tem a ver com democracia, não dá para pensar no Brasil com ranço autoritário. A gente aprendeu muito nos últimos anos, eu espero que a gente agarre a democracia com mais carinho, com mais amor. Participar do Carnaval também é um ato político, é vir para a rua, é se misturar com todo mundo e não discriminar”, disse Daniela.

A primeira música da playlist de Daniela foi “Swing da Cor”, um dos temas da novela das nove, “Segundo Sol”, que teve a maioria das cenas gravadas em Salvador. A segunda música tocada foi “Canto da Cidade”.

O bloco tocou por mais de quatro horas descendo a Consolação sentido a praça Roosevelt, e trouxe canções de Gal Costa e Alceu Valença. Para Daniela, essa é uma forma de lembrar que São Paulo foi construída por imigrantes nordestinos que deram a cara para cidade paulista.

A artista disse ainda que a maioria dos integrantes de sua banda são transexuais e que ela celebra a liberdade ao sair com seu bloco.

“O Carnaval é um sonho que eu queria ver todo dia, todo mundo junto, todo mundo fantasiado, livre podendo mostrar sua identidade de gênero, sexual. Essa é a liberdade de expressão que a gente precisa. Essa é a festa que a gente precisa de arrancada pra democracia.”, finalizou.

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Com informações de agências

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