PF prende coronel da PM responsável em coibir ataques golpistas de 8 de janeiro
Ao todo, a quinta fase da operação Lesa Pátria levou à prisão quatro oficiais da PM do Distrito Federal acusados de omissão e conivência com os atos fascistas
Publicado 07/02/2023 11:42 | Editado 08/02/2023 12:26
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (7) o ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (DF) Jorge Eduardo Naime. Ele e mais três oficiais, também presos, são acusados de omissão e conivência com os atos golpistas de 8/1 que resultaram na depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes.
Além do coronel, foram presos nessa quinta fase da operação Lesa Pátria o capitão Josiel Pereira César, ajudante de ordens do comando-geral da PM; major Flávio Silvestre de Alencar, investigado por liberar o acesso dos extremistas ao Supremo Tribunal Federal (STF; e tenente Rafael Pereira Martins.
De acordo com documentos obtidos pelo site Metrópoles, o coronel Barreto havia pedido dispensa dos trabalhos da corporação entre os dias 3 e 8 de janeiro. Neste último dia folga, quando ocorreu os atos fascistas, o militar atuou após ser convocado, mas teria “feito corpo mole” e permitido a fuga de bolsonaristas.
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Barreto, que foi preso na sua residência no conjunto Vicente Pires, já havia sido exonerado pelo interventor federal na segurança do DF, Ricardo Cappelli. A Polícia Civil do DF estava monitorando uma possível fuga do coronel.
Em 9 de janeiro, um dia depois dos ataques golpistas, Tatiana Lima Beust, ex-mulher de Barreto, relatou aos policiais que um dos dois filhos deles disse que Naime planejava viajar às pressas para a Bahia.
O Metrópoles apurou que a criança, de 8 anos, contou também que a madrasta, Mariana Fiuza, teria ameaçado bater neles “de cinto” caso contassem para alguém sobre a fuga.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se manifestou no Twitter a respeito dessa quinta fase da operação: “Polícia Federal segue fazendo trabalho de investigação dos fatos ocorridos no dia 8 de janeiro. As apurações estão sendo entregues ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, para as providências cabíveis. O Estado de Direito tem o dever de se proteger contra seus homicidas”.