Rússia doa mais de US$ 11 milhões em trigo a Cuba
Valor se refere a período que compreende aos anos de 2022 e 2023, e país será responsável por compra e entrega dos grãos.
Publicado 06/02/2023 16:08
Em 2023, o Ministério das Situações de Emergência da Rússia continuará a fornecer ajuda humanitária urgente a Cuba. Segundo o decreto do governo russo publicado no portal de informação legal, em 2022 e 2023, no total, a Rússia fornecerá trigo alimentício à República de Cuba no valor de 800 milhões de rublos (US$ 11,3 milhões).
Esses fundos permitirão adquirir e transportar 25 mil toneladas de trigo. Os fundos serão alocados pelo Ministério das Finanças da Rússia e transferidos ao Ministério das Situações de Emergência, que será responsável pela compra, armazenamento e entrega de trigo.
O primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, recebeu em 18 de janeiro, à tarde, o presidente do Conselho Empresarial Cuba-Rússia, Titov Boris Yurievich, e outros empresários do país eurasiático, que estão visitando o país caribenho nestes dias
Diante do visitante, que chefia uma delegação de empresários do país eurasiático - chegada à Ilha para acompanhar os resultados das sessões de trabalho e outras reuniões recentes - o chefe de Estado disse: «Vemos esta visita com grande significado, pois mostra que há uma vontade por parte dos governos de ambos os países, de levar o importante diálogo político e, sobretudo, as relações na esfera econômica e comercial a um nível superior».
Yurievich, após agradecer ao presidente cubano pela acolhida, afirmou: «Certamente, embora nossas relações tenham sido sempre eficientes, eficazes e muito próximas, parece-me que chegamos a uma nova etapa nesta relação».
O empresário salientou que «hoje iniciamos um forte trabalho de intercâmbio em nível da comissão intergovernamental (cubano-russa), em nível dos diferentes ministérios, organizações e também de toda a comunidade empresarial de nosso país; tudo isso com a indicação do presidente Putin, e o objetivo principal é desenvolver, de todos os pontos de vista, as relações bilaterais».
Putin e Díaz-Canel
No final de 2022, 29 de dezembro, os presidentes de Rússia, Vladimir Putin, e Cuba, Díaz-Canel, fortalecerão sua “parceria estratégica” em 2023 — segundo um comunicado oficial cubano, após uma “fraterna” conversa por telefone entre ambos.
“Ambos os presidentes discutiram projetos conjuntos e mutuamente benéficos em energia e indústria. Da mesma forma, expressaram o desejo comum de continuar consolidando a associação estratégica entre os dois países”, diz a nota publicada no jornal Granma.
Na conversa, “analisamos os excelentes resultados da nossa recente visita à Rússia e ratificamos a vontade comum de aprofundar o diálogo político e os laços econômicos, comerciais, financeiros e de cooperação”, informou Díaz-Canel em sua conta no Twitter.
O presidente cubano esteve na Rússia de 19 a 22 de novembro. A viagem incluiu China, Argélia e Turquia e trouxe novidades. Segundo Díaz-Canel, foram assinados acordos estáveis de fornecimento de petróleo com Rússia e Argélia, o que ajudaria a estabilizar o sistema elétrico nacional e a reanimar a economia.
De fato, após uma forte crise desde maio passado, com apagões prolongados e graves prejuízos para a indústria, a geração de energia elétrica alcançou estabilidade desde a segunda quinzena de dezembro, e os atuais cortes são poucos.
Contra o bloqueio
Em paralelo, Díaz-Canel recebeu em Havana, no dia 28 de dezembro, o senador democrata americano Ron Wyden. O congressista é a favor da revogação do embargo e de outras medidas restritivas impostas por seu país à ilha.
Ambos os políticos falaram “do estado atual das relações bilaterais e do impacto do bloqueio de Washington sobre a população da ilha”, de acordo com o site Cubadebate.
“Recebi o senador americano @RonWyden, a quem ratifiquei a vontade de trabalhar em conjunto para melhorar as relações bilaterais em benefício dos nossos povos”, tuitou Díaz-Canel, que disse ainda ter explicado “o impacto que as medidas extremas do governo dos Estados Unidos têm sobre a população cubana”.
Em 2021, Wyden, junto com um grupo de congressistas democratas, apresentou um projeto de lei para acabar com o bloqueio imposto por Washington a Cuba.