Congressista dos EUA diz que vai ter guerra contra China, em 2025
O republicano Michael McCaul expôs memorando que circulou entre as Forças Armadas dos EUA dizendo que devem lutar por Taiwan em dois anos.
Publicado 30/01/2023 09:58 | Editado 02/02/2023 18:43
As chances de conflito com a China por causa de Taiwan “são muito altas”. Foi o que disse o político republicano Michael McCaul, novo presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, depois da divulgação de um memorando do general Mike Minihan, sugerindo que a guerra aconteceria em dois anos.
No memorando datado de 1º de fevereiro de 2022, mas divulgado nesta sexta-feira (27), o general que chefia o Comando de Mobilidade Aérea, escreveu à liderança de seus cerca de 110.000 membros dizendo: “Meu instinto me diz que lutaremos em 2025”.
Michael McCaul disse no domingo à Fox News: “Espero que ele esteja errado… mas acho que ele está certo”.
A especulação do general Minihan não representa o Pentágono, mas mostra preocupação nos mais altos escalões militares dos EUA sobre uma possível tentativa da China de exercer controle sobre Taiwan, que Pequim reivindica como seu território.
Lenha na fogueira
Políticos democratas, no entanto, desautorizaram as especulações do general. Adam Smith, o principal democrata no Comitê de Serviços Armados da Câmara, censurou o general, afirmando que os EUA têm condições de estabelecer uma diplomacia que evita o conflito entre China e Taiwan.
Smith disse à Fox News Sunday que a guerra com a China “não só não é inevitável, como é altamente improvável. Temos uma situação muito perigosa na China. Mas acho que os generais precisam ter muito cuidado ao dizer que ir para a guerra é inevitável”.
Os Estados Unidos precisam estar em posição de impedir a China de uma ação militar contra Taiwan, “mas estou totalmente confiante de que podemos evitar esse conflito se adotarmos a abordagem correta”, disse Smith.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse no início deste mês que duvidava seriamente que o aumento da atividade militar chinesa perto do Estreito de Taiwan fosse um sinal de uma invasão iminente da ilha por Pequim.
No sábado, um funcionário do Pentágono disse que os comentários do general “não representavam a visão do departamento sobre a China”.
Oportunidade para vender armas
A China sempre tratou Taiwan como parte de seu território, o que impede que estrangeiros considerem a ilha como um país autônomo. A estratégia tem sido isolar Taiwan diplomaticamente e sufocá-la economicamente. A atitude bélica só foi aventada devido a visita da congressista americana Nancy Pelosi, afrontando o conceito diplomático de Uma China, Uma Nação.
Ainda assim, a China não atacou a ilha, mas fez uma demonstração de força e domínio aos EUA. McCaul disse que, se a China falhou em assumir o controle de Taiwan sem sangue, então “eles vão olhar para uma invasão militar em minha opinião. Temos que estar preparados para isso”.
O general Minihan associa alhos com bugalhos ao lembrar que, tanto os EUA quanto Taiwan realizarão eleições presidenciais em 2024, potencialmente criando uma oportunidade para a China tomar uma ação militar.
McCaul acusou o governo democrata do presidente Joe Biden de projetar fraqueza após a fracassada retirada dos EUA do Afeganistão, o que poderia tornar a guerra com a China mais provável. A Casa Branca silencia sobre as declarações.