PL quer cassar Moro por abuso de poder econômico e Caixa 2

O senador eleito Sérgio Moro é acusado pelo PL, partido de Jair Bolsonaro, na Justiça Eleitoral; ex-juiz culpa cúpula do seu antigo partido, o Podemos.

Foto: Lula Marques/ Agência PT

A relação perigosa entre o clã Bolsonaro e o ex-juiz federal Sérgio Moro (União Brasil) ganhou mais um capítulo. O Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, pede no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que Moro tenha o cargo de senador cassado pela prática de caixa dois e abuso do poder econômico.

A data para que novos senadores e deputados federais assumam é dia 1 de fevereiro. Mas se depender do PL o ex-juiz não fica com o cargo. A alegação de irregularidades, segundo o partido, começa quando Moro deixou de concorrer a presidência para disputar o Senado. A partir desse movimento ele conseguiu maior visibilidade e, consequentemente, maior arrecadação – benefícios que levou junto para uma disputa menor.

Na ação, o PL aponta para um movimento orquestrado que levou a um grande volume de gastos vedado pela legislação eleitoral. Como consta, o teto da campanha do Senado é de R$4,4 milhões e o custo da campanha de Moro girou em R$6,7 milhões.

A situação fulminou as chances do candidato do partido, Paulo Martins (PL), que ficou em segundo lugar com 1,7 milhão de votos, enquanto Moro fez 1,9 milhão.

Além disso, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro é acusado de exigir a contratação de empresas de amigos, o que também burla a legislação eleitoral e revela indícios de corrupção.

Em sua defesa, o senador eleito diz que não teme o curso do processo, confia na lisura de suas ações e que não houve aplicação ilegal dos recursos e crime de caixa 2.

Na nota divulgada para a imprensa ainda diz que o PL do Paraná emprestou seu nome ao Podemos (partido que Moro abandonou para disputar o Senado pelo União Brasil) e que: “Renata Abreu, Fernando Giacobo, Álvaro Dias e Paulo Martins são os responsáveis!”. Para finalizar afirma que todos serão processados.

Apesar da resposta que diz mirar os culpados pelo processo, Moro não explicou por qual motivo os problemas insistem em persegui-lo. A nação brasileira agora aguarda para saber como o senador eleito classifica o Caixa 2, uma vez que enquanto juiz dizia que a prática era “trapaça” e “crime contra a democracia”, e depois, como ministro de Bolsonaro, diminuiu a importância e falou que “Caixa 2 não é corrupção”.

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