Bolsonaro terá de explicar post golpista questionando resultado das urnas
O ex-presidente tem até está quarta-feira (25) para dar explicação sobre uma publicação golpista, feita dois dias depois dos atos de depredação em Brasília
Publicado 24/01/2023 11:03 | Editado 25/01/2023 12:54
Termina nesta quarta-feira (25) o prazo de cinco dias dado pelo corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, para que Bolsonaro se explique sobre uma postagem na qual questionou o resultado da eleição presidencial.
Apagada duas horas após a publicação, a postagem foi feita no Facebook dois dias depois da invasão e depredação dos prédios do Palácio Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF) no domingo (8).
“Lula não foi escolhido pelo povo. Ele foi escolhido e eleito pelo STF e TSE”, dizia o título da publicação. No vídeo, um procurador bolsonaristas de Mato Grosso do Sul propagava fake news sobre o processo eleitoral, todos já desmentidos.
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A petição acolhida pelo corregedor foi feita pela coligação de Lula. Nela, os partidos como PT, PCdoB e PV dizem que o objetivo de Bolsonaro foi “abalar a normalidade e higidez do pleito, para, assim, deslegitimar o sufrágio eleitoral democrático e seguro, incutindo nos eleitores o sentimento de insegurança e descrença no sistema eleitoral e, por consequência, atentando contra a existência do próprio Estado Democrático de Direito”.
Esse tipo de post também foi considerado combustível para reagrupar os golpistas que atentaram contra a democracia. A leitura é que Bolsonaro mandou um recado aos seus apoiadores após os atos em Brasília e agiu de forma covarde ao apagar a publicação logo depois.
Os partidos que apoiaram Lula citaram também na petição o documento golpista encontrado na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres pelo qual o ex-presidente decretaria Estado de Defesa no TSE anulando o resultado da eleição e destituindo dos cargos os ministros da Corte.
“O absurdo ensaiado pelo ex-ministro do investigado Jair Bolsonaro chegaria a: quebrar o sigilo de correspondência e comunicação telemática e telefônica de ministros dessa Corte Especial; restringir o acesso à sede desse e.TSE; e prender alvos por ‘crime contra o Estado”, observou o corregedor.
“É conveniente, portanto, que a intimação para que os investigados se manifestem a respeito dos fatos ora relatados se faça de modo concomitante com a citação”, complementou o ministro.
Com informações da Agência Brasil