Ministra diz que Brasil vai liderar iniciativas ambientais
Em evento com principais líderes econômicos mundiais na Suíça, Marina Silva lembra que o Brasil sempre liderou pelo exemplo do combate à pobreza e ao desmatamento
Publicado 17/01/2023 18:07 | Editado 19/01/2023 14:20
Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, falou em reposicionar o Brasil no debate sobre meio ambiente e aquecimento global. Ela participou nesta terça-feira (17) do painel Brasil: Um Novo Roteiro, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O governo enviou os ministros da Fazenda e do Meio Ambiente para representar o país no Fórum Econômico deste ano, cujo tema é cooperação em um mundo fragmentado, e demonstrar a sintonia entre duas áreas tratadas como conflituosas: o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental.
COP 30 em Belém
No evento, que reúne os principais líderes econômicos do mundo, ela falou das principais metas do novo governo Lula em relação à política de meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, assim como explicou o motivo do Brasil sediar a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém (PA), em 2025.
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Marina disse que o Brasil pode liderar iniciativas para preservação ambiental no mundo. A decisão de candidatar a capital amazônica à cidade-sede da 30º edição da Conferência, é para apresentar a materialização dos resultados dos compromissos assumidos pelo país com a questão ambiental.
“Ter a COP30 no Brasil é dar um sinal que queremos alcançar esses objetivos e queremos que ela aconteça num ambiente não mais dos enunciados, mas dos resultados. O Brasil sempre liderou pelo exemplo no combate à pobreza, no combate ao desmatamento, na redução da emissão de CO²”, afirmou a ministra.
A realização do evento na região da Amazônia já havia sido defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua participação na COP27, em novembro, no Egito. O anúncio da candidatura do Brasil para sediar o evento foi feita no dia 11 de janeiro, com a formalização do pedido para a Organização das Nações Unidas (ONU).
Energia e economia verde
Durante sua participação, a ministra Marina Silva anunciou que o governo já está trabalhando para retomar as ações de combate ao desmatamento e para reestruturar a pasta.
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“No caso das metas de desmatamento, já voltamos com o Fundo Amazônia, com o Plano de Combate ao Desmatamento e já estamos recompondo os orçamentos das equipes do ministério. O próprio ministro [da Fazenda, Fernando] Haddad nos ajudou na transição a agregar mais R$ 500 milhões para o Ministério do Meio Ambiente, e fazermos com que os fundos de doação não sejam colocados no teto de gastos”, disse.
A ministra também cobrou que outras nações mundiais cumpram compromissos assumidos contra o aquecimento global já que o esforço brasileiro, se isolado, não resolverá o problema. “Podemos zerar o desmatamento da Amazônia, mas, se outros países não fizeram nada, a temperatura global vai subir e a floresta estará ameaçada”, afirmou.
“O grande potencial que temos, por termos uma matriz energética limpa, de produzir o hidrogênio verde, desenvolvimento que será fundamental para economias e países que vivem o problema da insegurança energética, principalmente no contexto da guerra da Rússia com a Ucrânia”, disse.
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Democracia para o desenvolvimento
O painel foi aberto com questionamentos sobre a situação política do país, após os atos golpistas do último dia 8. Marina disse que tentativas de golpe criam instabilidade no país, o que é ruim para o desenvolvimento e investimento. Afirmou que o governo trabalha para responsabilizar golpistas e, com isso, coibir que novos atos como esse ocorram.
Marina reforçou que o governo vai trabalhar fortemente para estabilizar a democracia e enfrentar os problemas decorrentes da desigualdade social, “porque temos 33 milhões de brasileiros que passam fome”, e para a promoção de um novo ciclo de prosperidade, baseado no desenvolvimento sustentável.