Justiça aceita denúncia contra terroristas do aeroporto de Brasília
Atentado terrorista com bomba na véspera do Natal visava intervenção militar no DF para provocar o caos institucional e favorecer Bolsonaro
Publicado 16/01/2023 18:50 | Editado 18/01/2023 16:26
A Justiça do Distrito Federal transformou em réus três homens acusados de envolvimento na tentativa de atentado terrorista no aeroporto de Brasília, em dezembro. O empresário paraense George Washington estava no acampamento bolsonarista no quartel e foi flagrado com posse ilegal de armas.
Alan Diego dos Santos Rodrigues, Wellington Macedo de Souza e George Washington de Oliveira Sousa foram denunciados pelo Ministério Público do Distrito Federal pelo crime do Artigo 251 do Código Penal, que trata de colocar em risco a vida, a integridade física ou o patrimônio por meio de explosão. A pena nesse caso é de prisão de três a seis anos, e multa.
Já George Washington também foi denunciado por ter sido encontrado com armas e munições. No caso do porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, a pena de prisão é de dois a quatro anos. Com relação às armas de uso restrito, a pena é de três a seis anos de cadeia.
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Segundo a Polícia Civil, ele é apoiador do presidente Jair Bolsonaro e confessou o ato, que teve “motivação ideológica”. “O que ele fala é que queria, o grupo dele, queria e gostaria de chamar atenção, justamente para ir para o aeroporto, explodir lá esse artefato, para causar um tumulto dentro da nossa cidade, com esse motivo ideológico deles, político,” disse o delegado-geral da PCDF, Robson Candido.
O criminoso afirmou à Polícia Civil de Brasília que as “palavras” de Jair Bolsonaro (PL) o encorajaram a adquirir o arsenal de armas apreendido em seu poder. Ele fez referência ao discurso armamentista do presidente da República.
“O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil dizendo o seguinte: ‘Um povo armado jamais será escravizado’”, disse o investigado.
O atentado ocorreu poucos dias depois de uma série de distúrbios na capital federal, provocados por acampados em quartéis.
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A Polícia Militar foi acionada na véspera do Natal do ano passado, após a denúncia de que uma bomba havia sido colocada em um caminhão-tanque nas proximidades do aeroporto de Brasília. No mesmo dia, a Polícia Civil prendeu George Washington, que participava do acampamento próximo ao Quartel General do Exército, montado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro inconformados com o resultado das eleições e que pediam um golpe militar.
No apartamento em que estava hospedado, George Washington guardava fuzis, revólveres, pistolas, munições e explosivos.