Bolsonaristas que permanecerem em frente aos quarteis serão presos
O ministro Flávio Dino aguarda que as negociações, conduzidas pelo colega de governo José Múcio, surtam efeitos e os golpistas deixem os acampamentos
Publicado 06/01/2023 15:42 | Editado 07/01/2023 13:43

Em entrevista ao Correio Braziliense nesta sexta-feira (6), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que os golpistas que insistirem em permanecer em frente aos quarteis serão processados criminalmente e eventualmente presos.
“Pode haver e deve haver as duas coisas. De um lado, a coercitividade para retirar pessoas que estão ilegalmente ocupando espaço público, e, por outro, a investigação policial e eventual processo criminal. A pessoa ali está descumprindo a lei, pode receber sanções e, eventualmente, ser presa”, explicou.
Porém, o ministro espera que as negociações que vêm sendo conduzidas pelo ministro da Defesa, José Múcio, surtam efeitos. “Estamos fazendo um processo de diálogo, sob a condução do ministro José Múcio, para mostrar que não há nenhuma razão para este tipo de manifestação, e que não há base legal para essa ocupação inusitada e inédita”, afirmou Dino.
De acordo com ele, a expectativa é de que essa persuasão funcione. “Que as pessoas se convençam que têm todo direito de não gostar do governo, mas elas não têm direito de descumprir a lei em nome de não gostar do governo. Caso não haja o cumprimento da lei, o presidente da República será demandado pelo ministro”, acrescentou.
Questionado se haverá alguma ação na semana que vem, o ministro afirmou que é necessário esgotar o diálogo, conforme defendeu Múcio. “Concordo com ele nesse caminho. Ele vai consultar o presidente da República e, juntos, decidirão. O Ministério da Justiça estará à disposição para cumprir a orientação do presidente Lula”, disse.
Acampamentos golpistas
Nesta sexta-feira (6), militares começaram a retirar barracas em frente ao QG do Exército em Brasília. Um sargento disse ao UOL que que restam cerca de cem bolsonaristas no acampamento e a ordem é para que todos sejam retirados do local.
Houve reação dos golpistas quando o Exército removeu uma caixa d’água do local, mas depois disso eles desistiram do confronto.
Em Belo Horizonte (MG), a guarda municipal metropolitana desmontou o acampamento golpista montado em frente à 4ª Região Militar do Exército, na Avenida Raja Gabaglia,
De acordo com o Portal G1, a guarda municipal retirou barracas e carro de som que estavam impedindo o fluxo de veículos. Havia cerca de 100 bolsonaristas no local no momento da ação. Chorando e rezando, alguns decidiram acompanhar os trabalhos, mas a maioria foi embora.