Reino Unido quer se unir à Noruega e Alemanha na doação ao Fundo Amazônia
O Fundo Amazônia tem em caixa R$ 3,3 bilhões em doações internacionais
Publicado 05/01/2023 11:39 | Editado 06/01/2023 19:21
A ministra britânica do Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais, Therese Coffey, disse que à Reuters que começou os entendimentos com a Noruega e Alemanha para que o Reino Unido ingresse como doador do Fundo Amazônia.
“É algo que estamos analisando seriamente”, disse a ministra que esteve na posse do presidente Lula e conversou ao menos com três ministros brasileiros: Marina Silva, do Meio Ambiente e da Mudança do Clima; Carlos Favaro, da Agricultura; e Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas.
De acordo com Coffey, o Reino Unido ocupa hoje o terceiro lugar no ranking de países que mais colaboraram com o meio ambiente brasileiro, tendo comprometido mais de £ 250 milhões ou R$ 1,6 bilhão.
O Fundo Amazônia tem em caixa R$ 3,3 bilhões em doações internacionais para combater o crime ambiental na Amazônia.
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Os recursos estavam congelados desde 2019 após o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alegar irregularidades nos projetos e retirar a sociedade do comitê orientador do programa.
Por meio do Decreto nº 11.368, no último domingo (1º), o presidente Lula restabeleceu a governança do Fundo.
Noruega
Com isso, o Fundo Amazônia encontra-se cada vez mais fortalecido. Na última terça-feira (3), por exemplo, o Ministério do Clima e Meio Ambiente da Noruega informou que o governo brasileiro já pode aplicar cerca de R$ 3 bilhões doados pelo país para o programa.
“A Noruega e o Brasil têm interesses comuns no combate à crise climática, na redução do desmatamento e na promoção do desenvolvimento sustentável. Neste sentido, a reabertura do Fundo Amazônia pelo governo brasileiro e o descongelamento dos recursos no fundo fornecerão apoio importante para a implementação dos planos ambiciosos do governo”, diz nota do governo norueguês.
Alemanha
A ministra Marina Silva, que comemorou na sua posse a reativação do Fundo Amazônia, ressaltou a parceria ambiental que está sendo feita com a Alemanha.
Marina esteve reunida com a ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Steffi Lemke, quando se debateu, além da ajuda financeira, a cooperação tecnológica, técnico científica e ainda a mobilização de outros doadores.
“Projetos como aquisição de produtos brasileiros de baixo carbono, hidrogênio verde e outros da bioeconomia serão viabilizados nessa cooperação. É uma parceria muito bem-vinda e animadora”, disse a brasileira.
Soma-se a essas iniciativas, o anuncio do presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, de que o país doará € 35 milhões, cerca de R$ 199,3 milhões, para o Fundo Amazônia.
“O governo alemão decidiu que 35 milhões de euros, do orçamento alemão, serão liberados para o Fundo Amazônia. Esse é um sinal que queremos mandar já”, disse ele no domingo (1º), dia da posse de Lula.
Ação
“A retomada do fundo se soma à aprovação, ainda em 2022, da PEC 32, que retira doações internacionais do teto de gastos do governo, abrindo a possibilidade de mais recursos serem utilizados pelo governo para execução de programas da pasta ambiental, como o combate ao desmatamento”, afirmou o Observatório do Clima.
“Em menos de 24h o governo começou a transformar o discurso em atos concretos para reverter a sabotagem promovida por Bolsonaro e reconstruir a governança ambiental no país. Ainda falta muito, mas o que vimos neste início de mandato é um acerto e demonstra a importância que o tema ganhou na agenda de Lula”, avaliou o secretário executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini.