Operação da PF prende bolsonaristas suspeitos de vandalismo

Ação deflagrada na manhã nesta quinta (29) cumpre 32 mandados expedidos pelo STF, no DF e em 7 estados; entre alvos estão bolsonaristas suspeitos de atuar em noite de vandalismo

Terroristas bolsonaristas atearam fogo em ônibus na altura do Eixo Monumental em Brasília | Foto: Sérgio Lima

A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal realizaram, na manhã desta quinta-feira (29), uma megaoperação contra extremistas que participaram de uma tentativa de invasão à sede da Polícia Federal e dos atos de vandalismo em Brasília, no dia 12 de dezembro.

As corporações cumprem 32 mandados de busca e apreensão e de prisão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além do DF, a ‘Operação Nero’ é deflagrada simultaneamente em Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.

Em entrevista coletiva, o diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Caio Rodrigo Pellim, disse que a operação de combate aos atos de vandalismo efetuou 3 dos 11 mandados de prisão. Entre elas, estão: a bolsonarista Klio Hirano, presa na noite desta quarta (28) em Brasília. Nas redes sociais, ela tem diversas postagens publicadas em acampamento em frente ao QG do Exército e um vídeo feito em frente à sede da Polícia Federal no dia dos atos de vandalismo no DF. Na gravação, ela pede que “defensores da pátria” sigam ao local. “É hoje que a gente vai ter a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que a gente está tanto procurando”, diz.

Já Átila Mello, de 41 anos, foi detido no Rio, no município de São Gonçalo. Ele costuma publicar nas redes mensagens de ódio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro Alexandre de Moraes.

O terceiro detido é o pastor evangélico Joel Pires Santana, de 40 anos. Ele foi detido em Rondônia e participa com frequência dos atos antidemocráticos em Brasília.

As 11 ordens de prisão foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Os policiais também fazem buscas em 21 endereços ligados aos investigados.

Operação Nero

Segundo as corporações, as investigações começaram após tentativa de invasão à sede da PF. Na ocasião, extremistas tentaram resgatar o indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante preso pela instituição, no dia 12 de dezembro. Sem sucesso, iniciaram ataques de vandalismo na capital federal.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados pelo grupo que também depredou comércios, postos de combustíveis e até a sede da 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.

Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.

Segundo a PF, “o conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo”.

O delegado-geral da Polícia Civil no Distrito Federal, Robson Candido da Silva, destacou o trabalho conjunto entre as áreas técnicas das polícias. “É uma resposta do Estado a essas pessoas que porventura estão fugindo dos seus limites de manifestação ideológica”, pontuou. “As polícias Federal e Civil não vão se furtar de suas atribuições e compromissos institucionais de defesa da sociedade”, destacou o delegado.

Segundo os representantes das polícias, mais de 40 pessoas que participaram desses atos já foram identificadas.

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com informações de agências

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