Posse de Lula terá “100% das forças policiais” do DF, diz Flávio Dino
Futuro ministro da Justiça fez declaração após participar de reunião com governador do DF; equipe de Lula pede ao STF suspensão porte de armas até a posse.
Publicado 28/12/2022 12:54 | Editado 29/12/2022 17:16
Após reunir-se com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e com o futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o senador eleito e futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), disse à imprensa nesta terça-feira (27), que o Distrito Federal irá mobilizar toda a sua força policial para a posse presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro.
Segundo ele, “haverá mobilização integral, 100% das forças policiais do DF, tanto da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, para garantir a segurança, não só do presidente da República, mas das delegações estrangeiras e das pessoas que participarão do evento”, declarou Dino.
Na ocasião, Dino reiterou o convite para que as pessoas participem da posse, afirmando que a cerimônia “ocorrerá como programada, em todas as duas dimensões”. E garantiu que “todas as pessoas que virão à posse participarão do evento em paz e retornarão aos seus lares em paz.”
Teimosia golpista
Diante da insistente ameaça de extremistas que se recusam a aceitar a derrota de seu candidato nas urnas, Dino lembrou que “a democracia venceu e continuará a vencer.”
“Não serão pequenos grupos terroristas, não serão pequenos grupos extremistas que vão emparedar as instituições e a democracia brasileira. Não há espaço para isso no Brasil. E essa é a mensagem principal que nós estamos aqui, com toda a firmeza, transmitindo a esses pequenos agrupamentos. Porque eles não têm espaço, não terão espaço. Não venceram, não vencerão e nós contamos com o governo do Distrito Federal no cumprimento da garantia da ordem pública”, falou.
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Ele afirmou ainda que não há alterações no roteiro programado para a posse de Lula.
Ao lado de Dino e Ibaneis, Múcio agradeceu o empenho do governo local para que haja uma festa da democracia no dia 1º. “Será pacífica, ordeira, alegre, faremos uma ode à liberdade que reina no país. Estamos afinados, integrados para garantir que será um dia de festa”, ressaltou o futuro ministro da Defesa.
Acampamentos e terrorismo bolsonarista
Durante a coletiva, Ibaneis falou das medidas tomadas para desmobilizar os acampamentos bolsonaristas em frente aos quartéis. Segundo o governador do DF, o desmonte dos acampamentos será intensificado até o dia 1º. “Mais de 40 barracas já foram retiradas”.
Ibaneis também falou sobre o bolsonarista George Washington, que foi preso por planejar explodir um caminhão de combustível nas proximidades do aeroporto de Brasília no sábado (24). Para ele, não restam dúvidas quanto ao comprometimento de Washington com o terrorismo, com planejamento prévio para o uso de armamento pesado a fim de quebrar a ordem institucional.
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“Realmente existia uma mentalidade totalmente voltada para o crime. [George] fez atos preparatórios, inclusive buscando cursos como Sniper para poder utilizar armamentos de alta potência. Isso está sendo tratado como um ato terrorista e todas as providências já foram adotadas pela polícia e pelo Judiciário no sentido de proteção”, destacou.
“Essa intenção se manifesta no próprio depoimento dele [à polícia]”, concordou Dino. “Isso não é pitoresco, engraçado, não é uma coisa qualquer e não pode ser tratada assim. Estamos lidando com pessoas que ameaçam vidas e a integridade física e patrimonial e, por isso, receberão penas muito altas”, alertou. Dino observou que a prisão de Washington deve servir de exemplo e que atos de terrorismo não serão tolerados pelo novo governo.
Suspensão do porte de armas
Em entrevista no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Dino disse que o governo eleito entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender o porte de armas no DF nos próximos dias. A ideia é que a suspensão deixe de valer somente após a posse de Lula. Se aprovado, o requerimento passa a valer a partir desta quarta-feira (28) até o dia 2 de janeiro. Dino disse ainda a ação é endereçada ao ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre atos antidemocráticos.
“O pedido que nós fizemos foi que essa suspensão judicial do porte de arma no Distrito Federal se estenda entre o dia 28, no caso amanhã (quarta-feira), e o dia 2 de janeiro, que é o dia subsequente à posse. Estamos na expectativa de que hoje ou amanhã o ministro Alexandre (de Moraes) aprecie o pedido e isso permitirá uma camada a mais de proteção em relação a posse presidencial”, declarou.
Segundo o ex-governador maranhense, a ideia de suspender o porte visa acrescentar uma “camada” extra à segurança do evento. “Se houver o atendimento do Supremo do nosso pleito, quem eventualmente portar arma estará não só sujeito a apreensão da arma, mas também a prisão em flagrante”, afirmou.
“O objetivo é que mesmo as pessoas que sejam eventualmente detentoras de autorizações de portes, por exemplo, CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores), tenham essa suspensão por ordem judicial, para que fique configurada que qualquer posse, porte de arma, nesse período, será considerada crime”, afirmou Dino.
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com informações de agências