China e Canadá foram cruciais para acordo de proteção da biodiversidade

Com o financiamento fixado em US$ 200 bilhões por ano, o pacto prevê a conservação global de ao menos 30% das terras, águas doces e oceanos até 2030

(Foto: Fickr/UN Biodiversity)

Representantes de 196 países reunidos na COP15 (15ª conferência da Convenção da Biodiversidade da ONU) aprovaram nesta segunda-feira (19), em Montréal, no Canadá, um acordo histórico para a proteção da biodiversidade no planeta. Um detalhe: o documento final reconhece ainda os direitos dos povos indígenas e seu papel na proteção de territórios.

Com o financiamento fixado em US$ 200 bilhões por ano, o pacto prevê a conservação global de ao menos 30% das terras, águas doces e oceanos até 2030. Especialista ficaram entusiasmado e consideraram a meta equivalente ao que foi fixado no Acordo de Paris sobre o clima (1,5º C).

“Outra meta é a redução progressiva, nesse mesmo prazo, dos subsídios governamentais a atividades que degradam a biodiversidade, considerando um piso mínimo de US$ 500 bilhões ao ano”, diz o Observatório do Clima, para quem a China e Canadá tiveram papel crucial na condução dos trabalhos.

“A liderança compartilhada entre Canadá e China nesta Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade foi a solução encontrada após dois anos de adiamentos por conta da pandemia: inicialmente, a cúpula ocorreria em Kunming, na China, em 2020”, afirmou a ONG.

De acordo com o Observatório, a meta global de financiamento para ações de conservação, considerando fontes públicas e privadas, foi fixada em US$ 200 bilhões por ano. “Os países em desenvolvimento demandavam que ao menos metade disso — US$ 100 bilhões anuais — fossem garantidos em investimentos dos países ricos nos países pobres. O montante é quatro vezes maior do que o aprovado até 2025”, considerou.

Depois de protestos de nações africanas que exigiram maior participação de países ricos no financiamento, o ministro da Ecologia e Meio Ambiente da China, Huang Runqiu, que presidia a plenária, bateu o martelo e declarou o acordo aprovado.

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Além dos 30% da superfície global protegida, o pacto propõe restaurar 30% das terras degradadas, cortar pela metade os riscos ligados ao uso de agentes químicos e pesticidas e reduzir em 50% o desperdício global de alimentos até 2030.

Area de desmatamento e queimda e vista as margens da rodovia BR 230 no municipio de Apui, Amazonas. Foto: Bruno Kelly/Amazonia Real.

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