Flávio Dino e Polícias se manifestam sobre vandalismo bolsonarista
Próximo delegado da PF e futuro ministro da Justiça mostram estar articulados com a Segurança Pública do DF para garantir segurança do presidente Lula e conter distúrbios.
Publicado 13/12/2022 01:03 | Editado 14/12/2022 11:55
Em entrevista coletiva convocada próximo da meia-noite desta segunda-feira (12), o senador eleito Flávio Dino (PSB), anunciado como futuro ministro da Justiça do governo Lula, se manifestou sobre os atos de vandalismo de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que ocorreram em Brasília. Ao lado do próximo delegado da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e do secretário de Segurança Pública do DF, Julio Ferreira, ele afirmou que as medidas de responsabilização jurídica prosseguirão, nos termos da lei.
Flávio Dino garantiu que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não foi exposto a risco. Ele chegou a afirmar que “não haverá passo atrás após violência de bolsonaristas”. “O Estado Democrático de direito tem dever de agir”, declarou.
Um grupo de manifestantes bolsonaristas queimou carros, ônibus e tentou invadir a sede da Polícia Federal, em Brasília, após a prisão de um indígena que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL). Após os ataques à PF, a segurança no hotel em que Lula está hospedado foi reforçada.
O vandalismo com imagens de terrorismo sem precedentes no Distrito Federal, começaram no dia em que houve a cerimônia de diplomação do presidente eleito, que é confirmado no cargo, podendo assumir a partir do dia 1o. de janeiro. Na entrevista, foi dito que os distúrbios já foram controlados pela polícia.
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Flávio Dino criticou as pessoas que difundem “histórias fantasiosas” sobre a integridade física do presidente Lula. Segundo ele, em nenhum momento, a segurança do presidente foi colocada em risco. Ele, inclusive, mencionou que há semanas vem trabalhando com o governo do Distrito Federal, e que o governador Ibanez Rocha (MDB) vem colaborando integralmente com sua Segurança Pública para os eventos de posse.
Investigações e prisões
Os ataques começaram depois que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou a prisão temporária do cacique José Acácio Serere Xavante, pelo prazo de 10 dias, por suspeita de ameaça de agressão e de perseguição contra o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Flávio Dino salientou que há pessoas confundindo liberdade de expressão com práticas criminosas. “Essa confusão, de uma vez por todas, tem que cessar”, exclamou.
O senador já havia se manifestado, ainda esta noite, nas redes sociais qualificando de “inaceitáveis” a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília. “Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política”, disse ele.
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“Temos dialogado com o GDF [Governo do Distrito Federal], a quem compete a garantia da ordem pública em Brasília, atingida por arruaças políticas. A segurança do presidente Lula está garantida”, disse nas redes sociais, e reafirmou durante a entrevista.
O futuro ministro da Justiça disse que ainda é cedo para dizer da dimensão da articulação para os atos ocorridos, nesta tarde. Mas, segundo ele, a Polícia Federal vai apurar as responsabilidades e eventuais intencionalidades por trás dos atentados.
Em entrevista à CNN, o senador Randolfe Rodrigues (PSB) disse que “o primeiro ato terrorista” aconteceu à tarde, “quando o Palácio do Alvorada foi ocupado sob autorização do atual presidente (…) inclusive com a atual primeira-dama, a senhora Michelle Bolsonaro, distribuindo quentinhas para aqueles que estavam ocupando o Palácio da Alvorada”. Outros parlamentares de direita se expressaram nas redes sociais em estímulo e defesa das manifestações, atacando a Justiça Eleitoral.
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“As medidas de responsabilização que foram adotadas hoje, e as que serão adotadas doravante, irão prosseguir. Não há nenhuma hipótese de haver passos atrás na garantia da lei e da ordem pública, em razão da violência. O Estado Democrático de Direito tem mais que o direito, tem o dever de agir”, enfatizou.
Os demais gestores reafirmaram o que Flávio Dino havia dito. O secretário de governo, Júlio Ferreira, disse que está trabalhando em integração com os organismos federais e a equipe de transição para cumprir “sua missão” de garantir a segurança dos cidadãos das autoridades e a ordem pública. Ele disse que a polícia está nas ruas, restabeleceu a ordem pública e trabalha para responsabilizar os envolvidos. Ele negou que tenha havido erros na condução de sua pasta, que possam ter agravado os distúrbios.
Flávio Dino disse que a polícia está tendo o cuidado de “separar o joio do trigo”, pois apenas uma minoria dos manifestantes teriam se envolvido no vandalismo. Júlio, por sua vez, questionado sobre o envolvimento de acampados no perímetro do Quartel General das Forças Armadas, ele explicou que a segurança da área é jurisdição dos militares.
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Assista à íntegra da entrevista: