Votação da PEC do Bolsa Família expõe isolamento dos bolsonaristas

A aprovação da emenda no Senado por 64 a 16 deixa evidente uma nova configuração política favorável ao futuro governo Lula

(Foto: Reprodução)

O que a votação da PEC do Bolsa Família no Senado demonstrou sobre o poder de fogo naquela Casa do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva? Muito. O placar de 64 a 16 favorável à proposta, no primeiro turno, desenhou uma nova configuração de forças políticas na qual a oposição a Lula ficou reduzida aos parlamentares mais fiéis a Bolsonaro.

Os seis senadores do União Brasil, que davam sustentação ao atual governo, votaram em peso a favor da PEC que vai garantir o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família aos brasileiros e brasileiras mais pobres. Lula nunca escondeu que quer contar com o apoio do partido no futuro governo.

No PP, do atual ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, três senadores dos sete da bancada votaram a favor da proposta. Ficaram alinhado ao bolsonarismo a mãe do ministro, Eliane Nogueira (PP), Esperidião Amin (SC), Maria do Carmo Alves (SE) e Romário (RJ).

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No segundo turno, o ex-jogador voltou atrás e votou sim. A exemplo de Reguffe (sem partido-DF), Amin justificou seu voto como defensor do equilíbrio fiscal.  

Mesmo entre os oito senadores do PL de Bolsonaro, houve voto favorável à PEC. São eles: Wellington Fagundes (MT), Zequinha Marinho (PA) e Mailza Gomes (AC).

Fernando Collor (AL) e Roberto Rocha (MA), os dois senadores do PTB bolsonaristas, votaram também a favor da proposta.

No Podemos, continuaram fieis ao atual presidente Eduardo Girão (CE), Lasier Martins (RS), Marcos do Val (ES) e Styvenson Valentim (RN). Votaram a favor da proposta Alvaro Dias (PR), Flávio Arns (PR) e Jorge Kajuru (GO).

Partidos como PSD, MDB e PSDB deram esmagadora votação a favor da PEC. No caso do MDB, houve apenas o voto contra de Ivete Silveira (SC), suplente do governador eleito Jorginho Mello (PL), bolsonarista raiz. E entre os tucanos também teve o voto contrário de Plínio Valério (AM), mais um bolsonarista.

Confira os 16 votos bolsonaristas no primeiro turno (no segundo turno Marco Rogério e Maria do Carmos Alves não registraram seus votos):

Carlos Portinho (PL-RJ)
Carlos Viana       (PL-MG)
Eduardo Girão (Podemos-CE);
Eliane Nogueira (PP-PI);
Esperidião Amin (PP-SC);
Flávio Bolsonaro (PL-RJ);
Ivete da Silveira (MDB-SC);
Lasier Martins (Podemos-RS);
Luis Carlos Heinze (PP-RS);
Marcos do Val (Podemos-ES);
Marcos Rogério (PL-RO);
Maria do Carmo Alves (PP-SE);
Plínio Valério (PSDB-AM);
Romário (PL-RJ);
Reguffe (sem partido-DF) e;
Styvenson Valentim (Podemos-RN).

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