Governo Lula avalia acabar com o programa de escolas cívico-militares
Especialistas dizem que melhorias com escolas cívico-militares se devem a mais recursos e não à presença de militares dentro das unidades escolares.
Publicado 06/12/2022 17:32 | Editado 10/12/2022 08:26
A desativação do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militar (Pecim) – umas das bandeiras do governo Jair Bolsonaro (PL) – é analisada pela transição do governo Lula (PT).
Os membros do grupo técnico da educação já indicaram que o programa não terá continuidade. São 202 unidades escolares que adotaram o programa em todo o Brasil.
Por meio de solicitação ao Ministério da Educação, as escolas foram selecionadas e aderiram ao Pecim. Com isso, passaram a ter a presença dos militares dentro das escolas, assim como recursos para as unidades.
Como aponta a BBC, os gestores dessas escolas e os pais se articulam para manter o modelo mesmo com a descontinuidade do programa federal. Da forma como está, se o governo não disponibilizar recursos para os militares irem às escolas, o programa fica comprometido. As escolas que querem manter o modelo do programa já indicaram buscar parcerias com as polícias estaduais.
Erroneamente, muitos pais associam a melhora do rendimento escolar por uma suposta rigidez disciplinar empregada nestas escolas e pela diminuição da violência. No entanto, o que na verdade acontece, é que as escolas obtêm com o programa repasses de recursos e a reestruturação das dependências, além, é claro, de ter o entorno com maior policiamento.
Dessa forma, o que estaria por trás do aumento de qualidade educacional e das notas em qualificações como o Ideb estaria vinculado ao maior investimento feito nas escolas e não à presença dos militares, apontam especialistas educacionais consultados pela reportagem.
O que fazem os militares
A presença de militares nas escolas é feita por reservistas que passam a auxiliar na gestão e organização das escolas, diferente de colégios militares em que toda a gestão e parte educacional e pedagógica é realizada por militares. Assim, no modelo cívico-militar, os reservistas atuam na entrada e saída do período escolar, nos intervalos e promovem outras intervenções, como a prática de cantar o Hino Nacional.