Projetos buscam punir com prisão ações golpistas
Propostas estabelecem, entre outras medidas, pena de até quatro anos de prisão para quem obstruir vias públicas buscando contestar resultado eleitoral declarado pelo TSE
Publicado 29/11/2022 11:57 | Editado 30/11/2022 13:27
Com o objetivo de barrar iniciativas golpistas que busquem atentar contra a Constituição e a democracia, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou que irá protocolar, nesta terça-feira (29), uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e cinco projetos entre os quais está a punição, com até quatro anos de prisão, para quem obstruir vias públicas como forma de contestar o resultado eleitoral declarado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Além disso, o pacote pretende estabelecer penas iguais aos funcionários públicos que, mesmo acionados para agir na desobstrução, se omitirem ou atrasarem a ação. As propostas também se debruçarão sobre crimes de intolerância e discriminação política.
Renan Calheiros também defende que todos os atos contra o Estado democrático de direito devem ser julgados unicamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que precisaria ser feito via PEC.
Pelas redes sociais, o senador declarou: “Diante do ódio e do golpismo vou apresentar 1 PEC e 5 projetos para punir a intolerância política e os crimes contra o Estado Democrático. Derrotamos o fascismo nas urnas”.
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Resposta ao golpismo
As propostas do senador são uma resposta ao comportamento antidemocrático e golpista de bolsonaristas que não reconhecem a vitória de Lula, colocando em dúvida, sem provas, a lisura do processo eleitoral e pedindo intervenção militar, o que inconstitucional.
Desde o anúncio do resultado do segundo turno, esses grupos realizaram ações como bloqueios em vias e estradas e acampamentos nas imediações de instalações do Exército. Muitos desses atos foram marcados pela violência e por comportamentos terroristas, que buscam desestabilizar o país e impedir a posse de Lula. Por outro lado, agentes públicos, sobretudo da Polícia Rodoviária Federal, mostraram-se lenientes ao não atuarem da maneira como prevê a lei para casos como esses.
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Jair Bolsonaro, por sua vez, está recluso e fez poucas aparições públicas desde o anúncio da vitória de Lula. Pronunciou-se pela primeira vez no dia 1º de novembro, numa fala em que indiretamente reconheceu o resultado e defendeu “manifestações pacíficas”, mas desde então não condenou abertamente, nem desencorajou os atos de seus apoiadores.
Na semana passada, o presidente de seu partido, PL, Valdemar da Costa Neto, pediu a revisão do resultado eleitoral alegando que 60% das urnas não seriam auditáveis, o que levou o TSE a aplicar multa de quase R$ 23 milhões à coligação — formada ainda por PP e Republicanos. Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes classificou o pedido como “esdrúxulo e ilícito” e como ação de “total má-fé”.
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