Bolsonaristas são presos por terrorismo nas estradas no Mato Grosso

Golpistas usaram armas e dinamites para tentar derrubar ponte e incendiar caminhões e ambulância; nas rodovias, PRF desfez barreiras utilizando “maquinário pesado”

PRF atua na liberação das rodovias em Mato Grosso | Foto: Agência Brasil

Na última terça (22), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Mato Grosso prendeu 11 pessoas por promoverem baderna nas estradas e adotarem práticas terroristas com ameaças e agressões em defesa de um golpe de Estado. Os atos são reflexo das ações antidemocráticas e criminosas intensificadas no estado desde a última quinta (17).

Explosivos, óleo queimado, miguelitos (instrumento usado para furar pneu) e até armas de fogo foram usadas por manifestantes para bloquear rodovias federais em Mato Grosso. A informação é do superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Francisco Élcio Lucena, dada durante coletiva de imprensa nesta segunda (21). A PRF afirmou que os bolsonaristas usaram explosivos para tentar derrubar a ponte do Rio Vermelho, em Diamantino, cerca de 180 km de Cuiabá.

Segundo Lucena, as armas e celulares apreendidos serão periciados para ajudar a identificar quem organiza e financia os atos que, de acordo com o superintende, têm se tornado mais violentos nos últimos dias.

Na BR-163, na região de Lucas do Rio Verde, os bolsonaristas, encapuzados e carregando galões de gasolina, tocaram fogo em um guincho e em uma ambulância. Na mesma rodovia, os criminosos renderam uma funcionária da empresa Via Brasil, que administra o trecho entre Sinop (MT) e Miritituba (PA).

Os manifestantes danificaram veículos e trechos de asfalto, furaram pneus, desengataram carretas, incendiaram dois caminhões, jogaram óleo na pista, agrediram motoristas e ainda davam tiros para o alto para assustar quem tentasse furar os bloqueios.

Ao menos 50 integrantes do movimento foram identificados e devem responder pela participação nos atos criminosos.

De acordo com o coordenador de comunicação da Polícia Rodoviária Federal, Cristiano Vasconcellos, a violência nas manifestações exigiu uma ação conjunta entre as polícias do estado e uma reorganização no planejamento de desbloqueios, centralizado num gabinete de crise. Segundo ele, a estrutura dos golpistas é robusta. Em um ponto, eles tinham banheiros químicos, comida em abundância e um contêiner.

Em Nova Mutum, a 242 km de Cuiabá, eles assaltaram uma borracharia para roubar pneus que seriam incendiados na BR-163. Para isso, ameaçaram uma mulher que estava no local.

Flagrados pela PM ateando fogo nos pneus, os golpistas trocaram tiros com os policiais e fugiram em uma Toyota Hilux. Na fuga, atiraram em outros policiais e tiraram a placa do carro em uma chácara. Os três criminosos foram presos. Dois têm 25 anos, enquanto o terceiro tem 28. Eles vão responder por furto, disparo de arma de fogo, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, ameaça, crimes contra a paz pública, direção perigosa, bloquear via com veículo, além de outros crimes.

Bloqueios desfeitos

Até terça o Estado tinha 19 pontos de bloqueios, que foram totalmente desfeitos. As ações começaram pela manhã e, para liberar as pistas, foi preciso uso de maquinário pesado, como escavadeiras e guinchos. “É uma operação complexa, que já resultou em 11 prisões e R$ 3 milhões em multas aplicadas.”, disse Vasconcellos.

Para ajudar na desobstrução das rodovias, os Ministérios Públicos Federal (MPF) e Estadual em Mato Grosso (MPMT) recomendaram que fosse solicitada a utilização da Força Nacional de Segurança Pública.

__
com informações de agências

Autor