Cuidar dos filhos poderá contar tempo na aposentadoria das mulheres

Comissão da Mulher aprovou nesta quarta (23) projeto de Perpétua Almeida.

Deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) | Foto: divulgação

O projeto de lei que inclui o cuidado materno, ou seja, a criação de filhos e filhas biológicos ou adotados para efeitos de aposentadoria, foi aprovado, nesta quarta-feira (23), pela comissão da Mulher da Câmara dos Deputados. De autoria da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC), o PL 2647/2021, foi incorporado ao das deputadas Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Taliria Petrone (Psol – RJ), segue para análise da Comissão de Seguridade Social e Família.

O projeto propõe que mães e gestantes poderão contabilizar, para fins de aposentadoria, um ano de tempo de serviço por filho (a). Em caso de crianças com incapacidade permanente, o tempo de serviço por filho (a) será de dois anos. A regra também é válida para filhos (as) adotados. Já as mães que possuem mais de um ano de Previdência Social poderão contabilizar mais dois anos adicionais por cada filho (a).

Durante sua fala, a parlamentar destacou a importância de valorizar o trabalho das mulheres no lar e na formação de cidadãos. “O trabalho da criação dos filhos, o fato da mulher ficar em casa criando os filhos e cuidando da casa, é de fato um trabalho ou não? Se nós perguntarmos a todos os homens e a todas as mulheres, com certeza vão admitir que criar filhos é um trabalho. E não é um trabalho fácil e simples formar cidadãos. Se é um trabalho criar filhos, porque nós não reconhecemos como trabalho, num processo de contagem de tempo para aposentadoria.”, disse.

“É exatamente essa a nossa preocupação. Que ao ter filhos, ao criar filhos, ou adotar filhos, a cada filho criado, nascido vivo ou adotado, isso possa contar como tempo de aposentadoria. Outros países, como a Argentina, nossa vizinha aqui próxima, já conseguiram colocar esse projeto como lei no seu país.”, concluiu.

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Afazeres domésticos

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que, no Brasil, entre 2019 e 2021,  as mulheres representaram 92% das pessoas ocupadas no trabalho doméstico. Além disso, a maioria está acima dos 40 anos e tem renda média inferior a um salário-mínimo – o rendimento médio mensal das domésticas caiu de R$ 1.016, em 2019, para R$ 930 no ano passado.

Além disso, cerca de 1/3 das mulheres brasileiras em idade de aposentadoria não tem acesso ao benefício por não terem conseguido cumprir as regras do tempo de serviço.

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com informações de agências

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