Áreas urbanizadas no Brasil cresceram 19% em 4 anos, diz IBGE

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira mostra entre 2015 e 2019, houve um aumento de 19% de áreas urbanizadas no país, indicando, assim, uma expansão continuada do fenômeno da urbanização.

Segundo o IBGE, o Brasil possui 45.945 km² de áreas urbanizadas, o equivalente a 0,54% da área total do país. Destes, 36,5% do total de áreas urbanizadas do país se concentra na região Sudeste.

O levantamento ‘Áreas Urbanizadas do Brasil 2019’ foi feito a partir de imagens satélite, tendo como base o ano de 2019. O mapeamento torna possível retratar e mensurar a distribuição e extensão das manchas urbanas do país, bem como avaliar sua expansão.

“Se por um lado, todas as áreas urbanizadas do país caberiam no estado do Espírito Santo, por outro, o somatório de áreas urbanizadas do Brasil é maior do que países inteiros, como Dinamarca e Países Baixos”, compara Manuela Alvarenga, gerente de Observação da Cobertura e Uso da Terra do IBGE.

Nos 443 municípios costeiros, que ocupam 5% de área do território nacional, há uma extensão de 9.166,79 km² de áreas urbanizadas, representando cerca de 19% do total do país. Nos municípios de fronteiras, a extensão é de 2.265.046,64 km², dos quais 3.803,47 km² são de áreas urbanizadas, cerca de 8% do total. As maiores concentrações puderam ser observadas na fronteira do sul do país e em Roraima.

“Fora da região litorânea, a maior parte das áreas urbanizadas segue, em grande medida, um alinhamento com vias de circulação, como estradas e cursos de rios, o que é refletido na forma das manchas urbanas e evidencia as tendências do processo de interiorização da urbanização”, diz o IBGE.

Distribuição regional das áreas urbanizadas

São Paulo é o estado com maior extensão de áreas urbanizadas (8.614,62 km²) concentrando, sozinho, 18,39% do total de áreas mapeadas e ultrapassando, em mais de 3 mil km², o estado de Minas Gerais, que ocupa a segunda posição em extensão de áreas urbanizadas do país (4.699,69 km²). “Tal fato corresponde ao padrão de concentração histórico do estado no contexto nacional, caracterizando-se pela manutenção de contínuo crescimento do tecido urbano reforçado por sua centralidade e pujança econômica”, afirma o IBGE.

Das 27 unidades da Federação, 14 tinham menos de mil km² de áreas urbanizadas em 2019.

Já as grandes porções de terra sem construções estão na Floresta Amazônica e no Bioma Pantanal, regiões conhecidas pelo predomínio de áreas naturais, devido aos espaços reservados a unidades de conservação e terras indígenas. Também aparecem em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro e em áreas do Matopiba, região formada pelos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, mas neste caso por conta de áreas destinadas à produção agrícola.

As unidades com maior proporção de áreas urbanizadas em relação ao território total são Distrito Federal, com 10,25%, e Rio de Janeiro, com 6,46%. O Amazonas, sendo o maior território absoluto, conta com apenas 0,04% de áreas urbanizadas.

Na questão loteamentos vazios (espaços com ruas definidas, mas sem edificações), o Nordeste lidera, com 826,19 km², ultrapassando em mais de 100 km² a região Sudeste, com 646,18 km² de áreas assim classificadas.

Capitais de estado dominam ranking das áreas urbanizadas

Entre as grandes concentrações urbanas, aquelas com população acima de 300 mil habitantes, que comportam as maiores áreas urbanizadas do Brasil, os destaques estão nas regiões das capitais estaduais, sobressaindo São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ e Belo Horizonte/MG com as maiores extensões absolutas de áreas urbanizadas do País.

Porém, existem algumas exceções, sobretudo no estado de São Paulo, com concentração urbana de Campinas (SP) que, com 492,49 km² de áreas urbanizadas, está entre as 10 maiores do Brasil.

Proporcionalmente, São Caetano do Sul (SP) aparece em primeiro lugar, com 100% do território ocupado por áreas urbanizadas, seguido por São João de Meriti (RJ), com 99%.

Para a íntegra da pesquisa, clique aqui.

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com informações do IBGE e agências