Imprensa estrangeira celebra participação “exuberante” de Lula

Segundo o jornal The New York Times, “presidente eleito do Brasil chegou e eletrizou a reunião”

A manchete do jornal The New York Times deu a tônica da cobertura da imprensa estrangeira à participação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-27). Com um discurso no qual anunciou, nesta quarta-feira (16), que “o Brasil está de volta”, após quatro anos do governo de destruição de Jair Bolsonaro (PL), o presidente eleito foi o protagonista do dia no encontro das Nações Unidas.

“Expectativas são altas com um Lula exuberante falando na cúpula do clima”, intitulou o tradicional diário norte-americano antes do discurso do petista em Sharm El-Sheikh, no Egito. Segundo o NYT, “o presidente eleito do Brasil chegou e eletrizou a reunião. O entusiasmo era palpável aqui para Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido simplesmente como Lula”.

A revista britânica The Economist endossou que “o próximo presidente do Brasil foi recebido entusiasticamente na cúpula do clima da ONU”. E agregou: “Lula disse aos delegados que o Brasil está de volta”. Também na Inglaterra, o “Brazil is back” ganhou destaque tanto no Financial Times e quanto no The Guardian.

A maioria dos jornais – incluindo o New York Times – denunciou o legado bolsonarista no meio ambiente em geral e na questão climática em particular. Nas palavras do diário nova-iorquino, Bolsonaro é “um homem que os ambientalistas brasileiros descrevem como um pesadelo, por governar durante quatro anos de desmatamento desenfreado e aplicação negligente das leis na vasta e frágil floresta amazônica do país”.

A revista alemã Der Spiegel enfatizou as diferenças entre Lula e Bolsonaro: “O chefe de Estado (eleito) anunciou que vai combater o desmatamento em todos os ecossistemas brasileiros, reconstruir os órgãos ambientais e de controle que foram enfraquecidos durante o governo Bolsonaro e punir os crimes ambientais”. O jornal Washington Post acrescentou: a fala de Lula “deu peso simbólico e prático às discussões para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar os impactos das mudanças climáticas”.

A promessa lulista de “salvar a Amazônia” foi ressaltada. “Recebido como um astro do rock, Lula promete proteger a Amazônia”, manchetou a agência Reuters. A Bloomberg foi outra agência a atestar a “recepção de herói” ao próximo presidente brasileiro: “Lula atraiu uma das multidões mais animadas nas negociações climáticas, não só com centenas de jornalistas e ativistas – mas também de indígenas vestidos com roupas tradicionais, esperando até três horas pela chegada do presidente eleito”.

De acordo com a Green Daily, distribuída pela Bloomberg, a presença de Lula foi mais marcante que a do presidente dos EUA, Joe Biden. “Centenas de pessoas esperaram por horas. Eles saudaram o líder esquerdista com aplausos, selfies e entoações do nome pelo qual ele é conhecido universalmente: ‘Lula!’”, registrou a newsletter. “Biden foi recebido calorosamente pelos delegados na semana passada, mas esta foi uma recepção diferente de qualquer outra para um líder.”

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