Governo Bolsonaro esconde dados do desmatamento antes da COP27

“A informação é de que esses números já existem e [temos] a necessidade de serem informados”, cobrou o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin

Queimda e vista em meio a area de floresta proximo a capital Porto Velho. Foto: Bruno Kelly/Amzonia Real.

O vice-governador eleito Geraldo Alckmin (PSB) surpreendeu nesta segunda-feira (14) ao cobrar do governo Bolsonaro os dados sobre o desmatamento na Amazônia e no Cerrado. Ele solicitou as informações diretamente ao ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“Solicitamos que os relatórios completos dos dados do Prodes Amazônia e do Prodes Cerrado do período de agosto de 2021 e a julho de 2022 sejam enviados para que possamos analisar as informações que trazem e tomar as medidas necessárias”, disse ele durante coletiva em São Paulo (SP).

Ficou evidente que Bolsonaro já recebeu os dados do Inpe sobre Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), mas está segurando para divulgar somente após a COP27 no Egito na qual o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva terá papel de destaque.

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“A informação é de que esses números já existem e [temos] a necessidade de serem informados”, ressaltou o vice-presidente eleito.

“A ver se o governo Bolsonaro vai repetir o vexame do ano passado e esconder o Prodes durante a 27ª Conferência das Partes da Convenção do Clima da ONU, que é realizada no balneário egípcio de Sharm El-Sheikh e termina no próximo dia 18”, diz nota do Observatório do Clima.

Sob Bolsonaro, a organização diz que o desmatamento chegou a 13.038 km² em 2021, maior taxa em 15 anos, que representa alta de 73% em relação a 2018.

“Aos números de desmatamento somam-se os de queimadas: o total de focos na Amazônia de janeiro a outubro já é 49,5% maior do que no ano anterior. Foram 101.215 de janeiro a outubro de 2022, ante 67.715 nos mesmos meses de 2021”, lembrou a entidade.

“Neste fim de mandato, há uma corrida de criminosos ambientais para derrubar a floresta, aproveitando o fato de que ainda têm um parceiro sentado na cadeira da presidência da República”, criticou Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.

“Enquanto Lula está a caminho do Egito para se reunir com líderes do mundo inteiro na tentativa de resgatar a imagem do Brasil, Bolsonaro continua no país, implementando sua agenda de destruição ambiental”, completou.

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