Covid dispara em SP. Infectologistas defendem uso de máscaras

O número de pacientes internados com Covid em UTIs da Grande São Paulo cresceu 65,1% em duas semanas, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde.

Foto: Silvio Avila/AFP

O número de pacientes internados com Covid em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no estado de São Paulo nas últimas duas semanas aumentou 56%. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o número de pacientes internados passou de 288 para 448. A ocupação de enfermarias por pacientes com a doença no estado passou de 555 pacientes para 832, uma alta de 49,9%.

Já na Grande São Paulo o aumento foi de 65% no mesmo período. Até o dia 25 de outubro, eram 215 pessoas internadas. Na última terça-feira (8) o número saltou para 335. Já nos leitos de enfermaria esse número é ainda maior, passando de 364 para 660 no mesmo período. Uma alta de 81,3%, de acordo com o órgão estadual.

Apesar do aumento nas internações, os números são considerados baixos frente aos registrados nas ondas de Covid anteriores. Ao Estadão, o infectologista e secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn disse ser “um porcentual muito baixo de ocupação de leitos frente ao que a gente tinha. No pico da segunda onda, tivemos 13.520 leitos ocupados. Em janeiro deste ano (durante o pico causado pela Ômicron), tivemos 4.560″.

Ainda assim, o cenário de alta de casos e internações fez a Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do governo de São Paulo emitir um alerta sobre o aumento expressivo na transmissão da doença no Estado. O secretário da pasta, David Uip, disse ao g1 que “os paulistas precisam ser completamente vacinados”. “

“Se nós pegarmos quem não tomou a primeira dose de reforço, quem não tomou a segunda dose de reforço e as crianças que não foram vacinadas, totalizamos 17 milhões de paulistas. Então, a primeira recomendação é que, por favor, se vacine.”, ressaltou.

Rede Privada

Alguns dos principais hospitais da rede privada, como Albert Einstein, Sírio Libanês e a rede São Camilo, registraram um aumento exponencial no número de internados por coronavírus.

No Hospital Israelita Albert Einstein, na unidade Morumbi, o número de pacientes internados com a doença passou de 18 no dia 31 de outubro para 51 nesta sexta (11). Um aumento equivalente a 183%. Desse total, oito estavam hospitalizados no Departamento de Pacientes Graves, que reúne leitos de terapia intensiva e semi-intensiva.

Apesar o aumento, o Einstein disse ao Uol ter “flexibilidade para atender o aumento de demanda, não sendo necessário destinar, previamente, áreas específicas para a doença”.

No Hospital Sírio-Libanês o número de internados, em apenas uma semana, também teve aumento expressivo. Com uma média de sete a dez casos por dia, foi notado um aumento para 12 casos diários a partir do dia 31 de outubro chegando a 26 doentes hospitalizados nesta sexta.

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O Hospital São Camilo informou em nota ainda nesta sexta que na rede há “22 pacientes internados para tratamento da covid-19 em suas Unidades, sendo, desse total, 4 nas UTIs”. Segundo informado ao Uol, “o número representa uma oscilação em relação ao mesmo período do mês anterior, em que três pacientes estavam internados com a doença.”

A Rede D’Or São Luiz informou que, considerando os registros de 65 unidades distribuídas pelo Brasil, o número de internações passou de 132 em 20 de outubro para 250 nesta sexta.

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, disse em nota que o número de internações passou de quatro para 14 entre a primeira semana de outubro e a primeira semana de novembro: “260 e 263, respectivamente.” O hospital informou também que “a positividade” dos testes realizados “subiu de 1 para 50%” no período e número de atendimentos diários aumentou 57%, passando de 54 para 85 no intervalo.

Crianças

O número de crianças internadas também cresceu. Segundo divulgado pelo Estadão, o Hospital Infantil Sabará, a quantidade de internações passou de 11 na última semana de outubro para 21 nesta semana. Destes, 13 estavam na UTI.

Já o Samaritano Higienópolis informou que nas últimas semanas, “aumentou significativamente a procura de pronto-socorro por sintomas respiratórios, como tosse, coriza e dor de garganta”. Com isso, também houve elevação das internações.

A vacinação contra Covid-19 de crianças na faixa etária entre 6 meses e menos de três anos (2 anos, 11 meses e 29 dias) começa na próxima quinta-feira (17). Inicialmente, serão aplicadas doses para as crianças indígenas e com comorbidades. A capital paulista administrará cerca de 34 mil doses da vacina Pfizer pediátrica, ou Pfizer Baby, que serão distribuídas em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) na quarta (16). O esquema vacinal será de três doses, com a segunda aplicada após um intervalo de quatro semanas (28 dias) da primeira e, subsequentemente, a terceira depois de oito semanas (56 dias).

Infectologistas defendem uso de máscaras

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou nesta sexta uma nota técnica na qual recomenda a volta do uso de máscaras por conta da circulação da subvariante BQ.1.

“Nesse momento, para reduzir o impacto de um possível cenário futuro de aumento de hospitalização e óbito por Covid-19 são indispensáveis algumas medidas urgentes, a saber: adoção de medidas de prevenção não farmacológicas como uso de máscaras e distanciamento social, evitando situações de aglomeração principalmente pela população mais vulnerável, como idosos e imunossuprimidos”, diz o documento.

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com informações de agências

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