Lula participará da Conferência do Clima (COP 27) no Egito
Antes mesmo de assumir a presidência, Lula já coloca o Brasil na dianteira das negociações sobre mudanças climáticas.
Publicado 03/11/2022 15:40 | Editado 03/11/2022 17:07
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só assume o governo no próximo ano, no entanto diversos compromissos de um verdadeiro chefe de Estado já o aguardam antes mesmo da posse oficial. Um desses eventos é a Conferência do Clima da ONU, a COP 27.
Lula aceitou o convite para participar do evento que acontece entre 6 e 18 de novembro no Egito. O convite foi feito pelo presidente do país Abdel Fattah al-Sisi e também pelo presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, o governador do Amapá, Waldez Goés (PDT)
Com a ida de Lula, o Brasil volta a ter o protagonismo sobre o assunto que foi deixado de lado pelo governo de Jair Bolsonaro.
Prova de que líderes de todo o mundo aguardavam ansiosos para que o Brasil voltasse a ter compromisso com as questões ambientais e climáticas – fato só alcançado com a transição de governo para Lula – foi o automático anúncio feito pela Noruega sobre a retomada da ajuda financeira contra o desmatamento da Amazônia no Brasil, congelada durante a presidência de Bolsonaro.
A presença de Lula no evento foi confirmada pela presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann. O dia exato que a comitiva brasileira deve desembarcar no Egito não está confirmado. Tudo leva a crer que a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede), recém-eleita deputada federal, deve estar presente. Ela é cotada para assumir novamente o ministério – anúncio que pode ocorrer durante a COP 27.
Na reta final das campanhas presidenciais, os jornais norte-americano The New York Times e o britânico The Guardian, além da revista Nature, defenderam a eleição de Lula em respeito à preservação ambiental e à vida no planeta.
Queda no desmatamento
Entre 2004 e 2012, período de governos do PT, o desmatamento chegou a ser reduzido a 80%, segundo levantamento da Universidade Bonn, na Alemanha, utilizando dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)
De acordo com dados do Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 2004 e 2014, a redução foi de 82% – também entre os governos Lula e Dilma Rousseff (PT).
Compromisso com a agenda ambiental
Poucos dias antes do 2º turno, em carta aberta, a campanha do presidente eleito reforçou os compromissos assumidos com o povo brasileiro. No que diz respeito ao meio ambiente e às mudanças climáticas, o documento salienta que o “compromisso estratégico é buscar o desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica”.
Nesse sentido, a agricultura também dará contribuição. Serão realizadas medidas para agricultura de baixo carbono e a agricultura familiar com crédito, garantias e assistência.
Conforme compromisso assumido em campanha, será criado o ministério dos Povos Originários. Com essa nova pasta, as medidas de preservação são somadas ao respeito aos povos indígenas com proteção de áreas de preservação e combate ao desmatamento e mineração ilegais.