Greenpeace diz que não há esperança para Amazônia com Bolsonaro

A organização ressaltou que nestes quatro anos de governo foram destruídas na região 31 mil km² de floresta nativa, o equivalente ao território da Bélgica

Queimada registrada nas proximidades da Reserva do Jamanxin, na cidade de Novo Progresso, no Pará (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)

O Greenpeace acabou de fazer uma inflexão na sua política de neutralidade com relação aos candidatos que disputam à Presidência da República. Pela primeira vez, a organização não-governamental (ONG) se posicionou: “Não há um futuro verde, digno e justo com o projeto de Bolsonaro”.

A ONG considera que não há esperança para a Amazônia e para o futuro do Brasil com o atual governo. “Temos convicção disso com base em nossas pautas e valores e não poderíamos nos furtar, neste decisivo momento, de nos posicionar”, diz a organização por meio de nota.

O Greenpeace ressaltou que nestes quatro anos de governo Bolsonaro foram destruídas na Amazônia 31 mil km² de floresta nativa, o equivalente ao território da Bélgica. Também destacam um total de zero terras indígenas demarcadas, deixando os territórios expostos para todo tipo de crime.

Além do garimpo ilegal e a exploração incentivada de madeira, a ONG também fez referência as mais de 680 mil vidas pedidas no país por causa má gestão da pandemia da Covid-19.

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Nos últimos quatro anos do governo, a organização diz que importantes órgãos de proteção da sociobiodiversidade e povos indígenas foram enfraquecidos, como o Ibama, ICMBio e a Funai, que contaram com o menor orçamento dos últimos 17 anos.

“Com isso, nossos oceanos receberam mais e mais manchas de óleos; centenas de homens, mulheres, idosos e crianças de comunidades indígenas foram violentados e mortos; mais de mil e novecentos agrotóxicos (veneno!) foram liberados pelo governo”, diz o grupo.

A condição do Brasil de pária internacional também foi tratada pela entidade: “Internacionalmente, a imagem do país se apequenou diante de discursos negacionistas e da promoção de um desmonte das políticas socioambientais e climáticas e das suas drásticas consequências, notadamente a explosão do desmatamento, da ilegalidade, da impunidade e da violência contra ativistas ambientais e povos indígenas”.

Portanto, entende o Greenpeace, uma eventual continuidade de governo significaria o aumento catastrófico do abismo que “separa o presente de um futuro verde, digno e justo para todas as pessoas”.

“É claro que não é nosso papel dizer em quem o eleitor deve votar. Mas, como organização da sociedade civil brasileira, para além das questões socioambientais em que normalmente nos concentramos, gostaríamos de expressar hoje – e mais uma vez – a nossa profunda preocupação com a possibilidade de reeleição de um candidato”, diz.

Sendo assim, a organização considerou que o governo implementou um “projeto alicerçado em desinformação, alheio à ciência, e que escancarou as portas do Brasil para o crime e a violência. Tudo isso é absolutamente contrário aos nossos princípios e valores – somos uma organização pacifista, que preza pela não-violência para defender o meio ambiente e o planeta”.

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