Rejeição a Bolsonaro cresce na reta final e deixa reeleição mais distante

Na estimativa de Márcia Cavallari, CEO do Ipec, há cerca de 8 milhões de votos em aberto, que podem ir para Lula ou Bolsonaro.

A seis dias do segundo turno das eleições 2022, a rejeição ao presidente Jair Bolsonaro voltou a subir. É o que mostra a nova rodada da pesquisa Ipec, divulgada nesta segunda-feira (24).

Ao longo do mês de outubro, Bolsonaro vinha reduzindo lentamente a aversão à sua candidatura.  No levantamento do Ipec do dia 5, ele tinha 50% de rejeição. Em 10 de outubro, a taxa oscilou para 48%. No dia 17, foi a 46%. Agora, avançou para 47%.

Segundo o G1, “os maiores índices de rejeição a Bolsonaro são registrados entre eleitores da região Nordeste (64%), com renda até 1 salário mínimo (57%), jovens de 16 a 24 anos (54%) e pessoas que recebem benefícios do governo federal ou vivem com beneficiários (54%)”

Com seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a tendência foi inversa. Da primeira para a segunda pesquisa no mês, a rejeição a Lula saltou de 40% para 46%. Desde então, porém, o percentual está em queda, passando a 45% em 17 de outubro e a 44% neste dia 24.

O Ipec também mediu a fidelidade dos eleitores dos dois presidenciáveis – e Lula está em vantagem. Conforme a sondagem, 44% dos que declaram voto no ex-presidente dizem que a escolha é definitiva, enquanto 39% dizem votar em Bolsonaro com certeza.

Além disso, 10% dos eleitores admitem que podem votar em Lula no próximo domingo (30), data do segundo turno. Com Bolsonaro, essa margem de voto novo cai a 8%.

Na estimativa de Márcia Cavallari, CEO do Ipec, há cerca de 8 milhões de votos em aberto. São eleitores que admitem poder votar em Bolsonaro ou Lula, mas não “bateram o martelo” ainda.

“Tem apenas um pedaço, de 7%, que diz que poderia votar tanto em um quanto no outro – que dizem que pode mudar o voto até o dia da eleição”, explica Márcia. “Esses 7% podem fazer diferença. O desafio é quem consegue captar esses 7%.”

A CEO do Ipec projeta que, para ser reeleito, Bolsonaro precisa ganhar praticamente todos esses 8 milhões de votos. Com sua rejeição elevada, porém, a possibilidade de vitória do presidente fica mais distante.

O Ipec ouviu 3.008 eleitores, em 183 municípios, de 22 a 24 de outubro. A margem de erro é dois pontos percentuais.

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