Pintou um crime é tema de ato contra Bolsonaro por fala sobre meninas
A fala desastrosa continua tendo ampla repercussão nas redes sociais e na imprensa
Publicado 19/10/2022 16:37
Um ato foi realizado na manhã desta quarta, 19, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, por assistentes sociais e conselheiros tutelares contra a fala de Bolsonaro sobre meninas venezuelanas adolescentes.
Na ocasião, o candidato da extrema-direita disse que “pintou um clima” com as adolescentes e deu a entender que elas se prostituíam. Na terça (18), Bolsonaro negou, em um vídeo, que havia exploração sexual de adolescentes no local, e afirmou que as jovens eram “trabalhadoras”.
Segundo os organizadores da manifestação declararam ao Portal G1, o ato foi em defesa de crianças e adolescentes. “Não toleramos que ´pinte um clima´ entre um homem de 67 anos e meninas. Isso não é normal, isso não é aceitável e isso nos indigna”, disse o grupo.
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Os manifestantes estenderam uma faixa com os dizeres “Pintou um clima? Pintou um crime”, em frente ao Palácio do Planalto.
O caso ganhou repercussão durante todo o final de semana e continua, mesmo com a tentativa de Bolsonaro de se esquivar.
“Eu estava em Brasília, na comunidade de São Sebastião, se eu não me engano, em um sábado de moto […] parei a moto em uma esquina, tirei o capacete, e olhei umas menininhas… Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, em uma comunidade, e vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’ Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando, todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida”, afirmou o presidente na ocasião.
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Além de ampla repercussão negativa nas redes sociais, a fala desastrosa chegou à campanha eleitoral. Outra entrevista, de 12 de setembro, começou a circular. Ele conta a mesma história e diz que as meninas se arrumavam para “fazer programa”.
“Todas muito bem arrumadas. Tinham tomado banho. Estavam fazendo o cabelo. Venezuelanas. Estavam se arrumando para quê? Alguém tem ideia? Quer que eu fale? Vou falar. Para fazer programa. Acha que elas queriam fazer isso? Qual é a fonte de sobrevivência delas? Essa”, repetiu.