Médicos fazem ato contra Bolsonaro e em defesa da saúde pública

Manifestação ocorreu em Fortaleza, em defesa da saúde, da democracia e em memória das vítimas da Covid-19.

Médicos, médicas e outros profissionais de saúde cearenses realizaram manifestação no fim da tarde e na noite desta segunda-feira, véspera do Dia do Médico, em defesa da saúde, da democracia e em memória das vítimas da falta de seriedade do Governo Federal no combate à Covid-19. A manifestação aconteceu no cruzamento da avenida Antônio Sales e da rua João Cordeiro, na Aldeota, em Fortaleza, seguindo para a sede do Conselho Regional de Medicina (Cremec), onde foi realizado ato público contra a posição do Conselho Federal de Medicina, de alinhamento ao Governo Federal, referendando medidas antiéticas e anticientíficas e seguindo em apoio ao atual presidente da República, candidato à reeleição.

A manifestação teve projeção de frases e reivindicações

Participaram da manifestação médicos e médicas do Coletivo Rebento – Médicos em Defesa da Vida, da Ciência e do SUS, da Rede Nacional de Médicos Populares e da Associação Brasileira de Médicos e Médicas pela Democracia, além de outros médicos, profissionais de saúde e população em geral. Interessados na defesa da saúde pública e da democracia foram convidados a participar e a reforçar a luta em prol da população que mais necessita do SUS e contra a continuidade de uma gestão de caos, corrupção, negligência e ineficiência na saúde e em diversas outras áreas.

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Arruda Bastos, ex-secretario de Saúde do Ceará, Inácio Arruda, ex-senador pelo Ceará e ex-secretário de Ciência e Tecnologia no estado e Lia de Freitas, esposa do governador eleito Elmano de Freitas, estiveram entre os participantes do ato. Assim como Liduina Rocha, integrante do Coletivo Rebento Medicos, e Leandro Araújo, da Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares.

Os profissionais de saúde chamaram atenção quanto ao momento decisivo da saúde pública em nosso País, com ameaças graves contra o Sistema Único de Saúde (SUS), com seguidos cortes de orçamento, práticas irregulares ligadas ao orçamento secreto, já resultando em prisões, com a sociedade exigindo transparência no orçamento público e o fim da prática de distribuição de emendas secretas em troca de apoio parlamentar e político ao atual Governo Federal e ao candidato à reeleição.

A garantia de saúde pública para toda a população, a proteção e o fortalecimento do SUS, com financiamento adequado e dimensionado para que todos sejam devidamente atendidos em nosso país, de dimensões continentais, a defesa da vida e a apuração das responsabilidades de integrantes e apoiadores do Governo Federal quanto às mais de 80% de mortes por Covid que seriam evitáveis estiveram entre as bandeiras defendidas pelos médicos e médicas participantes da manifestação.

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Eles apontaram urgência em mudar o governo e evitar aprofundamento ainda maior da crise de saúde pública verificada nos últimos anos, em que diversos nomes se sucederam no Ministério da Educação, incluindo um militar que nada conhecia sobre saúde pública e dois ministros que afirmaram sair do governo diante da insistência do presidente da República em boicotar medidas que teriam salvo vidas, em minimizar os riscos da pandemia, falar contra o uso de máscaras e a favor de medicamentos sem efeito contra a Covid, em tratar com falta de seriedade a vida dos brasileiros.

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